terça-feira, 2 de abril de 2013

E esta, hein?!



A decisão da Câmara Municipal do Funchal, assumida ontem em reunião, de desenvolver acções para tomar posse administrativa dos quatro parques de estacionamento, que até domingo eram explorados pela Sociedade de Exploração de Parques (SEP), está a provocar uma onda de descontentamento junto das hostes social-democratas.
A posição da equipa comandada por Miguel Albuquerque é avaliada como inoportuna em ano de autárquicas, para além de surgir a reboque do PND, partido autor da proposta, quando é o PSD quem detém maioria na autarquia funchalense, possibilitando-lhe assim uma atitude bem diferente do ponto de vista político e social.
Esta posse administrativa, envolvendo os parques do Edifício 2000, da Praça Colombo, Cruz Vermelha e ainda Campo da Barca, só não foi por diante devido à providência cautelar imposta pelo SEP.
Fontes do PSD-Madeira garantiram ao JM que o partido está frontalmente contra esta decisão da Câmara, sobretudo porque estão em causa 22 postos de trabalho, que a autarquia não vai assumir e que, por isso, cairão no desemprego se avançar este processo. Além de que, num contexto de crise, dizem, «não se percebe como é que a Câmara assume encargos públicos com a gestão dos parques, quando poderia manter a situação presente em que os encargos seriam assumidos por entidades privadas, garantindo o normal funcionamento dos serviços e possibilitando a manutenção dos referidos empregos.
«São famílias que serão afectadas, juntando ao já cenário de dificuldade que se vive, e neste caso sem qualquer necessidade», reforçam as nossas fontes.
A questão social, que é o posto de trabalho destes funcionários, é factor determinante e prioritário, aliado à questão de carácter político, que tem a ver com as eleições autárquicas do final do ano e a candidatura social democrata à Câmara do Funchal.
De facto, no PSD-M «poucos entendem como é que a autarquia, que já não tem a confiança da Comissão Política Regional do partido, assume uma decisão desta ordem de grandeza e relevância, quando o mais correcto seria deixar este dossier para o próximo elenco camarário, esse com a legitimidade do voto e do apoio do partido que o elege».
Classificando a atitude da equipa de Albuquerque de «prepotente», as fontes ligadas ao PSD-M garantem que o partido e o Governo tudo farão para que os 22 trabalhadores não sejam afectados pela decisão, sendo que é importante «garantir aos funchalenses que o PSD está na linha da frente da defesa dos interesses dos cidadãos e não pactua com posições contrárias a essa mesma política».
Recorde-se que, ontem de manhã, a Câmara lembrou que neste processo, a CMF «não tem responsabilidades para com esses 22 funcionários».

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