sexta-feira, 1 de março de 2013

Os crimes do comunismo XI





A pazada

Quem se encarrega das execuções? A escolha é deixada ao critério dos agentes de Segurança, que fuzilam quando não querem sujar as mãos, ou matam lentamente se pretendem acompanhar a agonia. Assim, tive conhecimento de que se pode matar à paulada, à pedrada ou com uma pá.
            Chegou-se ao ponto de matar os prisioneiros como se de um jogo se tratasse, organizando um concurso de tiro em que eles servem de alvos. Também aconteceu forçar os supliciados a baterem-se entre si e a despedaçarem-se mutuamente. [...] Vi várias vezes com os meus próprios olhos cadáveres atrozmente trucidados: as mulheres raramente morrem em paz. Vi seios rasgados à facada, partes genitais dilaceradas por um cabo de pá. nucas despedaçadas à martelada [...] No campo, a morte é algo muito banal. E os «criminosos políticos» batem-se como podem para sobreviver. Fazem o que quer que seja para conseguir mais milho e banha de porco. Todavia, apesar desta luta, morrem diariamente no campo, em média, quatro ou cinco pessoas, de fome, por acidente ou... executadas.

É praticamente impensável fugir de um campo. Um guarda que prende um fugitivo pode esperar entrar para o Partido e depois frequentar a Universidade. Alguns obrigam prisioneiros a trepar vedações de arame-farpado. Nessa altura, disparam e fingem tê-los detido.
Além dos guardas, há cães a vigiar os criminosos políticos. Servem-se destes terríveis animais, muito bem treinados, como máquinas de matar. Em Julho de 1988, no campo n13, dois prisioneiros foram atacados pelos cães. Dos seus corpos só restaram os ossos. Também em 1991, dois rapazes de quinze anos foram, devorados por esses cães.

In O Livro Negro do Comunismo, 1998, Quetzal Editores

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