sexta-feira, 1 de março de 2013

Os crimes do comunismo VIII



 O inferno de Pitesti

A Securitate, a polícia política romena, utilizou durante os interrogatórios os instrumentos «clássicos» de tortura: espancamentos, pancadas nas solas dos pés, com a cabeça para baixo. Em Pitesti a crueldade da tortura ultrapassou em muito estes métodos: foi praticada toda o gama - possível e impossível - de suplícios. O corpo era queimado com cigarros; partes do corpo de alguns prisioneiros começavam a gangrenar, caíam como as dos leprosos; outros eram obrigados a ingerir excrementos e, se os vomitassem, o vómito era-lhes enfiado pela garganta abaixo.
A imaginação delirante de Turcanu encarniçava-se sobretudo com os estudantes crentes, que recusavam renegar Deus. Alguns eram «baptizados» todas as manhãs da seguinte maneira: enfiavam-lhes a cabeça numa tina cheia de urina e fezes enquanto os outros presos recitavam em volta a fórmula do baptismo. Para que o torturado não asfixiasse, levantavam-lhe de tempos a tampos a cabeça do tina para respirar e de novo a mergulhavam no magma repugnante. Um dos que sistematicamente sofreram esta tortura criara o seguinte automatismo, que durou cerca de dois meses: era ele próprio que todas as manhas imergia a cabeça na tina, para grande chacota dos reeducadores.
Quanto aos seminaristas, Turcanu obrigava-os o oficiar nas missas negras que ele próprio encenava, sobretudo durante a Semana Santa, na vigília pascal. Alguns desempenhavam o papel de meninos de coro, outros de padres. O texto litúrgico de Turcanu era, evidentemente, pornográfico e parafraseava de forma demoníaco e original. A Virgem Maria era referida como «a grande prostituta» e Jesus «o imbecil que morreu na cruz». O seminarista que desempenhava o papel de padre devia despir-se completamente, sendo depois envolvido por um lençol sujo de excrementos e pendurado ao pescoço, um falo confeccionado com sabão, miolo de pão e pulverizado com DDT. Na noite que antecedeu a Páscoa de 1950, os estudantes em curso de reeducação foram obrigados a passar diante do «padre» e a beijar o falo, dizendo: «Cristo ressuscitou.»

(V. Ierunca, op. cit, pp. 59-61.)

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