quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Ex-bispo de Lisboa nega acusação de assédio Bispo "envolvido em acusações de comportamentos impróprios" conta com solidariedade



O ex-bispo auxiliar de Lisboa Carlos Azevedo, suspeito de assédio sexual a membros da Igreja, segundo uma investigação da revista Visão, negou ontem a acusação e disse nunca ter sido contactado pela Nunciatura Apostólica para depor.
"Nego totalmente a acusação de assédio sexual", afirmou o actual membro do Conselho Pontifício da Cultura do Vaticano, em declarações à SIC, confrontado com a suspeita de assédio sexual ontem noticiada pela revista Visão, à qual disse desconhecer as alegações.
Os alegados casos de assédio a membros da Igreja Católica Portuguesa, relatados na íntegra na edição em papel de hoje, remontam aos anos 80 e terão sido conhecidos após uma denúncia feita em 2010 ao núncio apostólico em Portugal.

O representante da Santa Sé terá recebido uma queixa de um sacerdote e actual coordenador nacional das capelanias hospitalares, validando-a e desencadeando um inquérito realizado pela Nunciatura que, segundo a Visão, permitiu referenciar outros casos suspeitos.
"A Nunciatura nunca me contactou sobre esse processo, nunca me chamou a depor sobre qualquer processo, nunca nenhuma pessoa me chamou, me convocou, me repreendeu por qualquer atitude nesse sentido", garantiu ontem à SIC Carlos Azevedo.

Para o religioso, "remexer em assuntos de há 30 anos (...) não serve de modo ético a informação mas visa meramente sensacionalismo para destruir pessoas".
Carlos Azevedo contou que, quando conheceu a "pessoa em causa", ela "era já adulta e grande" e que o contacto com a mesma "foi só um acompanhamento" no Seminário do Porto.
"De maneira nenhuma tive qualquer relação com essa pessoa. Não há atitude de assédio para com ninguém nem nunca ninguém teve qualquer reparo nesse sentido comigo", frisou.

Admitiu, porém, ter voltado a contactar a pessoa em causa depois de 2010 (data da denúncia) em Fátima, escusando-se porém a entrar "em pormenores" sobre a conversa que decorreu numa atitude descrita como de director espiritual e confessor.
"As pessoas que acolhi, que me procuraram, feridas na sua história e que eu entendia, não as excluo do meu amor e da minha dedicação se me contactam. E conviver, estimar, sem exclusões, procurar caminhos de vivência feliz para quem experimentou limites dramáticos da condição humana, quaisquer que sejam, tem trazido suspeita e atitudes de ambiguidade que me fazem objecto de má-língua", disse Carlos Azevedo.

A revista revela ainda que a investigação foi efectuada com conhecimento e colaboração de sectores da hierarquia católica.
O resultado das diligências por parte da Nunciatura não é conhecido, mas, em Novembro de 2011, aquele que era apontado como possível sucessor do cardeal-patriarca José Policarpo acabou por rumar subitamente para Roma, ao ser nomeado delegado do Conselho Pontifício da Cultura.

Fonte: DN Madeira

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