Tem sido comentado na cidade, conforme constata o “Jornal da Madeira”, um jantar que reuniu à volta de setenta filiados e não filiados do PSD, organizado pelo chefe de gabinete do Presidente da Câmara Municipal do Funchal e pelo vereador Pedro Calado, com o pretexto do aniversário de Miguel Albuquerque.
Se alguns desconheciam o objectivo político-partidário deste repasto, conforme dito ao nosso diário, outros, por diversas razões, associaram-se propositadamente à rota de colisão que o síndaco funchalense adoptou em relação à direcção do PSD/Madeira.
Rota de colisão, há poucos dias materializada também pelo pedido de demissão de Miguel Albuquerque da direcção da Fundação Social Democrata da Madeira, aliás prontamente aceite, a que o “Jornal da Madeira” teve acesso.
Nos círculos sociais-democratas, conforme fontes fidedignas, sente-se indignação pelo facto de, num momento tão difícil para a Madeira e a sua população, Migue Albuquerque e um núcleo de militantes praticamente circunscrito ao concelho do Funchal, quase todos legalmente impedidos de reeleição nas próximas autárquicas e vários funcionários da Câmara do Funchal, abrirem um processo que pretende dividir e derrotar o PSD/Madeira por dentro.
Mais a mais que é evidente que são apoiados pelo grupo Blandy e os seus meios de comunicação social, até hoje o titular dos interesses do passado, maior inimigo do Partido Social Democrata.
As pessoas interrogam-se sobre que outras forças ocultas poderão estar por detrás deste processo, já que, dizem, não passa pela cabeça de alguém com bom senso que, um dia, os sociais-democratas possam entregar o partido aos seus principais adversários, ou fazer-lhes o jogo.
Pelo que é considerado muito estranho este à primeira vista exercício de suicídio político. A não ser que os envolvidos neste processo procurem um pretexto parar romper com o PSD, dada a respectiva impossibilidade de reeleição, tendo de antemão garantida a recepção noutro partido político, suspeitam fontes sociais-democratas.
Não se pode esquecer que Miguel Albuquerque se apresentou numa iniciativa do CDS em plena campanha eleitoral regional, o que já então causou o maior repúdio nos sociais-democratas, para além de outros factos insólitos nessas eleições, com ele politicamente relacionados e que também vieram a público.
Três dos presidentes de Juntas de Freguesia presentes, Sé, S. Martinho e Imaculado – este próximo das posições do Governo da República quanto à extinção de freguesias, apesar de presidente da respectiva associação regional – são ineligíveis à face da lei. Mas há quem tenha estranhado a presença dos de Monte e Santo António, que se encontram em posição de poderem ainda ser propostos. Os restantes cinco presidentes – S. Pedro, Santa Luzia, S. Roque, S. Gonçalo e Santa Maria Maior – não participaram.
Também nos meios sociais-democratas se questiona o papel da vereadora Rubina Leal nisto tudo, que apareceu já no final do jantar, pois ainda é membro da Comissão Política Regional, escolhida por Jardim. Já se compreende a participação dos vereadores Pedro Calado, Costa Neves e Amílcar Gonçalves, descartados por Jardim de uma eventual próxima candidatura pelo PSD. Como também a presença de ex-vereadores que já não foram recandidatados, Duarte Gomes, Rui Marote, bem como do ex-deputado agora não eleito, Élvio Encarnação.
De fora do Funchal, registo apenas para a presença do ex-Presidente da Câmara Municipal de S. Vicente, Humberto Vasconcelos, muito próximo do “diário de notícias” e que o PSD não recandidatou, bem como do ex-director dos portos, João Reis, e ainda o ex-titular do Instituto de Desenvolvimento Empresarial, Eduardo Abreu.
Da JSD actual, apenas Rubina Berardo que foi derrotada nas últimas eleições regionais daquela estrutura de juventude do PSD.
JM

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