A apatia é uma doença que pode matar toda uma sociedade. Será que a Madeira sofre desta doença? Amordaçada, letárgica, apática, a Madeira está mergulhada num sono profundo. O lume chega-lhe aos pés mas não reage.
Apesar dos avisos, a Madeira deixou-se ficar à mercê das cheias catastróficas. Apesar do terrível 20 de fevereiro de 2010, a Madeira deixou arder, no mesmo ano, as suas serras. Depois de tanto massacre, tanto sofrimento, tanta destruição, tanto desgoverno, continuamos profundamente letárgicos. Em pleno inverno a Madeira arde (o que esperar do verão?). Continuam as fogueirinhas e as queimadas que rapidamente se transformam em incêndios. Nenhum vizinho, transeunte, autoridade, governante, seja lá quem for, levanta a voz. Ninguém se escandaliza. Está tudo bem. A Madeira hiberna num sono profundo.
A Madeira também arde por dentro. Falta o essencial na saúde e na educação. Sem medicamentos no hospital, os doentes com cancro e os transplantados correm risco de vida. Faltam as vacinas nos centros de saúde. Faltam as refeições nas escolas. O que dizem os familiares destes doentes? O que dizem os pais destas crianças? Não se sentem enganados ao ver os milhões dos seus impostos esbanjados em subsídios ao futebol, aos partidos políticos, ao Jornal da Madeira e em tantos outros vícios e mordomias desta autonomia?
O ambiente arde. A sociedade arde. A economia arde. A Madeira, adormecida e sem governo, arde. Até quando? Um povo que não reage às injustiças é um povo condenado a carregar no próprio lombo os parasitas, os mercenários e os oportunistas.
Hélder Spínola
Diário de Notícias da Madeira, 15 de Março de 2012
Apesar dos avisos, a Madeira deixou-se ficar à mercê das cheias catastróficas. Apesar do terrível 20 de fevereiro de 2010, a Madeira deixou arder, no mesmo ano, as suas serras. Depois de tanto massacre, tanto sofrimento, tanta destruição, tanto desgoverno, continuamos profundamente letárgicos. Em pleno inverno a Madeira arde (o que esperar do verão?). Continuam as fogueirinhas e as queimadas que rapidamente se transformam em incêndios. Nenhum vizinho, transeunte, autoridade, governante, seja lá quem for, levanta a voz. Ninguém se escandaliza. Está tudo bem. A Madeira hiberna num sono profundo.
A Madeira também arde por dentro. Falta o essencial na saúde e na educação. Sem medicamentos no hospital, os doentes com cancro e os transplantados correm risco de vida. Faltam as vacinas nos centros de saúde. Faltam as refeições nas escolas. O que dizem os familiares destes doentes? O que dizem os pais destas crianças? Não se sentem enganados ao ver os milhões dos seus impostos esbanjados em subsídios ao futebol, aos partidos políticos, ao Jornal da Madeira e em tantos outros vícios e mordomias desta autonomia?
O ambiente arde. A sociedade arde. A economia arde. A Madeira, adormecida e sem governo, arde. Até quando? Um povo que não reage às injustiças é um povo condenado a carregar no próprio lombo os parasitas, os mercenários e os oportunistas.
Hélder Spínola
Diário de Notícias da Madeira, 15 de Março de 2012
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