“Deus, Pátria e Família” não morreu com o Estado Novo. Continua muito actual o conceito ao que parece, como, aliás, ainda ontem se viu. Uma “bem-aventurada” “TROIKA” que de si própria pretende dar ares de “PERESTROIKA” esteve no Paço Episcopal para visitar o Bispo do Funchal.
Ninguém nega que a Igreja Católica continua a desempenhar um papel importante na assistência social. Também não se nega que mesmo sendo Portugal um país laico e republicano a igreja continua a ter muita influência na nossa sociedade. Mais ainda na Madeira e Porto Santo. Uma influência que ultrapassa e muito o âmbito espiritual e social. É também uma influência política.
Todos sabemos o papel que teve a Diocese do Funchal na conquista e manutenção do poder pelo PSD na Madeira. Primeiro com o Bispo Dom Francisco Santana, depois com o Bispo Dom Teodoro Faria. Mas não foi apenas com os bispos. Obviamente que muitos padres deram o seu contributo. «Deus no céu e Alberto João Jardim (PSD) na terra» não é nenhuma frase apócrifa. Aconteceu mesmo. Como tantas outras. E o Governo Regional (PSD) bem agradeceu. A Diocese do Funchal é hoje patrimonialmente uma das mais ricas do país. E por isso mesmo tanto tem estado a igreja da Região tão calada nestes anos todos. Calada e conivente com o Governo Regional. Salvo, claro, algumas honradas excepções. E que por terem honra têm penado.
Sabe-se bem o que o CDS/PP foi fazer e o que pretendia conseguir com esta visita. Ficam bem na fotografia: elogiam a igreja, mostram-se preocupados com a situação social regional e até dizem ter uma solução ainda que façam parte do Governo (na República) - o tal que até mais meia hora (de borla) queria pôr-nos a trabalhar, entre tantas medidas mais pouco sociais…
Mas, na verdade, o que quer o CDS/PP é apenas isto: na mentira de serem “PERESTROIKA” querem que o cavalo (igreja) não leve apenas um cavaleiro (PSD); querem, em suma, que a sela tenha lugar para mais um. E percebe-se porquê. À partida parece ser mais fácil chegar ao céu (poder) montado num cavalo que conhece o caminho…
Só que convém não se esquecer duma coisa: nem todos são pobres de espírito e mesmo que fossem não está garantido o paraíso!
Só que convém não se esquecer duma coisa: nem todos são pobres de espírito e mesmo que fossem não está garantido o paraíso!
Por Emanuel Bento
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