Ambientalistas denunciam projectos que roubaram espaço às ribeiras que transbordaram.
Os madeirenses que vivem na Baixa do Funchal tentam reorganizar a vida, depois de verem casas inundadas, carros albaroados, estradas e pontes destruídas. Os que moram nas zonas altas nem querem imaginar o que vão encontrar quando descerem a encosta até à Marina. E há quem aponte o dedo às opções urbanísticas, como os ambientalistas
"A forte pluviosidade contribuiu para o que aconteceu, mas não é a única causa. Há um agravamento da situação devido aos erros do ordenamento do território que se têm cometido na ilha, em participar na costa sul que é a zona onde reside mais de um terço da população", critica Hélder Spínola, dirigente da Quercus na Madeira.
O ambientalista da Quercus refere-se sobretudo às três principais ribeiras da Madeira - de S. João, St.ª Luzia e João Gomes -, que diz terem sofrido estrangulamentos, acabando por transbordar. E, ontem, as águas não percorreram o percurso normal e acabaram por destruir estradas, pontes e casas. Não desaguaram no mar como seria natural.
Hélder Spínola sublinha que não é a primeira vez que a ilha está sujeita a intempéries e que fizeram mortos em 1993 e em 2001. "Estavam previstas chuvas intensas e eu próprio vi que as vias estavam completamente entupidas. Há uma faceta natural, mas também há uma faceta humana e de prevenção e foram essas que falharam."
Por: CÉU NEVES
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