domingo, 21 de fevereiro de 2010

Erros urbanísticos que agora se pagam muito caro
















Ambientalistas denunciam projectos que roubaram espaço às ribeiras que transbordaram.

Os madeirenses que vivem na Baixa do Funchal tentam reorganizar a vida, depois de verem casas inundadas, carros albaroados, estradas e pontes destruídas. Os que moram nas zonas altas nem querem imaginar o que vão encontrar quando descerem a encosta até à Marina. E há quem aponte o dedo às opções urbanísticas, como os ambientalistas
"A forte pluviosidade contribuiu para o que aconteceu, mas não é a única causa. Há um agravamento da situação devido aos erros do ordenamento do território que se têm cometido na ilha, em participar na costa sul que é a zona onde reside mais de um terço da população", critica Hélder Spínola, dirigente da Quercus na Madeira.

O ambientalista da Quercus refere-se sobretudo às três principais ribeiras da Madeira - de S. João, St.ª Luzia e João Gomes -, que diz terem sofrido estrangulamentos, acabando por transbordar. E, ontem, as águas não percorreram o percurso normal e acabaram por destruir estradas, pontes e casas. Não desaguaram no mar como seria natural.

Hélder Spínola sublinha que não é a primeira vez que a ilha está sujeita a intempéries e que fizeram mortos em 1993 e em 2001. "Estavam previstas chuvas intensas e eu próprio vi que as vias estavam completamente entupidas. Há uma faceta natural, mas também há uma faceta humana e de prevenção e foram essas que falharam."


Por: CÉU NEVES

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