
Foi profética e providencial a eleição de um Papa polaco para a transformação da Europa e do mundo, diz reitor da Universidade Católica Portuguesa a propósito da passagem dos 20 anos da queda do Muro de Berlim.
João Paulo II não visava no seu pontificado a instauração de novos regimes, mas a salvaguarda da liberdade e da expansão livre da sociedade civil, sustenta Manuel Braga da Cruz, em entrevista à Renascença.
“O papel do Papa foi decisivo para que o movimento de resistência na Polónia não só aguentasse, mas crescesse”, afirma o historiador.
“O próprio Papa teve um papel decisivo porque, quando este movimento começou a tomar expressão, há claras ameaças de intervenção militar na Polónia e o Papa chega a ameaçar ir viver para a Polónia, no caso de haver uma intervenção militar soviética”, recorda.
Manuel Braga da Cruz enaltece o papel da Igreja Católica na resistência às ditaduras existentes na Europa de Leste, mas sublinha que “foi a própria sociedade desses países que começou a não conseguir viver naquele espartilho de forças que era o regime ditatorial em vigor nesses países”.
“A queda do muro de Berlim ocorre depois de importantes transformações dentro do bloco soviético, mas também noutras partes do mundo. Nós estávamos a assistir a sucessivas ondas de democratização no mundo e o que estava a acontecer no bloco soviético, nas sociedades de leste, era um processo de implosão política por desenvolvimento das sociedades”, diz o reitor da Universidade Católica Portuguesa.
Sem comentários:
Enviar um comentário