quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

MENSAGEM DE NATAL DO PAPA E BÊNÇÃO "URBI ET ORBI"












Cidade do Vaticano, 25 dez (RV) –
Dia de Natal, memorial do nascimento de N.S.J.C.! Neste dia maravilhoso para todos os cristãos e para toda a humanidade, Bento XVI apareceu ao balcão central da Basílica Vaticana, para transmitir a sua Mensagem de Natal a todos os homens de boa vontade, seguida da sua Bênção “Urbi et Orbi” à Cidade de Roma e ao mundo inteiro. A Praça São Pedro estava repleta de peregrinos, fiéis e turistas, provenientes de várias partes da Itália e do mundo, que acolheram com fé a mensagem do Santo Padre. Estavam presentes também, entre outros, as bandas musicais do Corpo da Guarda Suíça Pontifícia e dos Carabineiros da Itália, que executaram, respectivamente, o hino Pontifício e o hino Nacional da Itália. O Santo Padre iniciou sua longa e densa Mensagem de Natal, com as seguintes palavras: Amados irmãos e irmãs: ‘manifestou-se a todos os homens a graça de Deus, nosso Salvador’. Com estas palavras do apóstolo Paulo, eu renovo o jubiloso anúncio do Natal de Cristo! Ele se manifestou! Eis o que a Igreja celebra hoje. A graça de Deus, rica em bondade e ternura, não está mais oculta, mas se manifestou na carne, mostrou o seu rosto. E o Papa perguntou: "onde" isto aconteceu? Em Belém. "Quando"? Sob o império de César Augusto, durante o primeiro recenseamento. "Quem" revelou a graça de Deus? Um recém-nascido, o Filho da Virgem Maria. Nele manifestou-se a graça de Deus, nosso Salvador. Eis porque o recém-nascido se chama “Jehoshua” (“Jesus”), que significa “Deus salva”. A graça de Deus manifestou-se! Eis o verdadeiro significado de Natal: festa de luz. Não uma luz total, como aquela que envolve todas as coisas em pleno dia, mas um clarão na noite, que se difunde de um ponto concreto do universo: a gruta de Belém, onde o Deus Menino veio à luz. Na verdade, disse o Pontífice, Ele a luz que se propaga, que dissipa as trevas e nos permite compreender o sentido e o valor da nossa existência e da história. Todo presépio é um convite simples e eloqüente a abrir o coração e a mente ao mistério da vida. É um encontro com a Vida imortal, que se fez mortal na mística cena do Natal: uma cena que podemos admirar também aqui, nesta Praça, como em inumeráveis igrejas e capelas do mundo inteiro e em toda a casa onde é adorado o nome de Jesus. No casebre humilde e pobre de Belém, poucas pessoas encontraram o recém-nascido, mas ele veio para todos: judeus e pagãos, ricos e pobres, de perto e de longe, cristãos e não cristãos… Os que acolheram o Verbo encarnado, naquela noite fria de Belém foram Maria e José, que o esperavam com amor, e os pastores, que vigiavam durante a noite. Portanto, uma pequena comunidade acorreu para adorar o Menino Jesus; uma pequena comunidade que representa a Igreja e todos os homens de boa vontade. Também hoje, aqueles que o esperam e procuram, encontram Deus, que por amor se fez nosso irmão: os pobres em espírito, os aflitos, os mansos, os famintos de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os artesãos da paz, os perseguidos por causa da justiça. Estes reconhecem em Jesus o rosto de Deus e, como os pastores de Belém, regressam às suas casas, renovados no coração pela alegria do seu amor. Irmãos e irmãs que me escutam. A todos os homens se destina o anúncio de esperança que constitui o coração da mensagem de Natal. Jesus nasceu para todos. E, como em Belém, Maria o ofereceu aos pastores, neste dia também a Igreja o apresenta à humanidade inteira, para que possa transformar o mal em bem e mudar o coração do homem, tornando-o oásis de paz. Que todos possam experimentar a força da graça salvadora de Deus, sobretudo as numerosas populações que vivem ainda nas trevas e nas sombras da morte. E o Papa acrescentou: Que a Luz divina de Belém se difunda na Terra Santa, onde o horizonte parece tornar-se obscuro para israelenses e palestinos; difunda-se no Líbano, no Iraque e todo o Oriente Médio; torne fecundos os esforços dos que não se resignam com a lógica perversa do conflito e da violência; pelo contrário, privilegiam o caminho do diálogo e das negociações para se harmonizar as tensões internas nos diversos países e encontrar soluções justas e duradouras para os conflitos que atormentam a região. Por esta Luz, que transforma e renova, continuou o Papa, anelam os habitantes do Zimbábue, na África, oprimidos há tanto tempo por uma crise política e social, que, infelizmente, continua a agravar-se; como também os homens e as mulheres da República Democrática do Congo, especialmente na martirizada região do Kivu, do Darfour, no Sudão, e da Somália, cujos infinitos sofrimentos são uma trágica conseqüência da falta de estabilidade e de paz. Por esta Luz, enfim, esperam, sobretudo, as crianças destes países e de tantos outros em dificuldade, a fim de que lhes seja restituída a esperança de um futuro melhor: Que a Luz do Natal resplandeça e encoraje todos a agirem com espírito de autêntica solidariedade, especialmente onde a dignidade e os direitos da pessoa humana são espezinhados; onde os egoísmos pessoais ou de grupo prevalecem sobre o bem comum; onde se corre o risco de se acostumar ao ódio fratricida a à exploração do homem pelo homem; onde as lutas internas dividem grupos e etnias e dilaceram a convivência; onde o terrorismo continua a atacar; onde falta o necessário para a sobrevivência; onde se olha com apreensão para um futuro que se vai tornando cada vez mais incerto, mesmo nas nações do bem-estar”. Enfim, hoje “se manifestou a graça de Deus Salvador” neste nosso mundo, com as suas potencialidades e as suas fragilidades, com os seus progressos e as suas crises, com as suas esperanças e as suas angústias. Por isso, o Pontífice exortou os fiéis a adorar o filho de Maria em cada ângulo da terra. Ele veio mostrar-nos o caminho da paz. E o Papa concluiu: Deus veio ao nosso encontro e mostrou-nos o seu rosto, rico em misericórdia! Que a sua graça não seja vã para nós! Procuremos Jesus, deixemo-nos atrair pela sua luz, que dissipa a tristeza e o medo do coração do homem. Aproximemo-nos dele com confiança e humildade, e prostrados, o adoremos. Após esta sua Mensagem natalina, Bento XVI passou a expressar seus votos de Feliz Natal, aos milhares de presentes na Praça São Pedro e ao mundo inteiro, em 64 línguas. Iniciando com a língua italiana e concluindo com o latim, o Santo Padre fez as suas felicitações natalinas em português. Ao término concedeu a todos a sua Bênção “Urbi et Orbi” à Cidade de Roma e a ao mundo inteiro. Vamos ouvi-lo: “Feliz Natal para todos! O nascimento do Menino Jesus ilumine de alegria e paz vossos lares e nações”! (MT) BENEDIZIONE “URBI ET ORBI”

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