quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Opinão de alguns Deputados da Assembleia da República sobre o "caso Coelho"

Da esquerda à direita todos os partidos representados na Assembleia da República consideraram um acto ilegal a atitude da maioria social-democrata no parlamento madeirense, que esta manhã impediu a entrada do deputado do PND na Assembleia Legislativa da Madeira.



















Até Guilherme Silva considerou "legalidade duvidosa" suspensão do deputado do PND.

O deputado do PSD Guilherme Silva considerou "ilegal" a decisão da Assembleia Legislativa Regional da Madeira de suspender um deputado do Partido Nova Democracia (PND).

"É uma decisão legalidade duvidosa. É preciso encontrar uma forma de impedir que alguém que está a abusar do mandato da população que o elegeu de subverter o funcionamento do órgão que merecia o seu respeito", afirmou aos jornalistas o deputado social-democrata madeirense, na Assembleia da República.

Apesar disso, Guilherme Silva desdramatiza os acontecimentos no
parlamento regional com o argumento de que "quando acontecem situações extremas há, por vezes, uma reacção mais extrema que não é inteiramente legal".











Deputado do CDS-PP Nuno Magalhães defende que só o povo pode tirar mandato a deputados

O deputado dem
ocrata-cristão Nuno Magalhães defendeu hoje que "só o povo" pode tirar o mandato a um deputado eleito, reagindo à decisão do PSD/Madeira, com a abstenção do CDS/M, de suspender o mandato ao deputado do PND.

"Como qualquer pessoa de bom senso dirá, nem a forma nem o modo do deputado do PND são modos de se ter num parlamento. No entanto, ente
ndemos que quem dá o mandato é o povo e quem o tira é o povo", afirmou o deputado do CDS-PP Nuno Magalhães.











PS pede intervenção de Cavaco Silva no caso da suspensão do deputad
o do PND

O deputado madeirense do PS Jacinto Serrão defendeu hoje a intervenção do Presidente da República, Cavaco Silva, no caso da suspensão do deputado madeirense do PND José Manuel Coelho por decisão do PSD/M.

"O Presidente da República tem de fazer actuar todos os mecanismos que tem ao seu alcance para repor a normalidade democrática", afirmou à Agência Lusa o ex-líder do PS/Madeira.

O Parlamento regional da Madeira, acrescentou, "não pode estar a funcionar com a expulsão de um deputado que representa parte da população da Madeira".

O deputado socialista considerou que "por muito menos" o Presidente "dissolveu o Parlamento Regional", por causa da lei das Finanças Regionais.

Para o ex-líder dos socialistas madeirenses, a maioria PSD que "comanda os destinos da Assembleia Regional tomou uma atitude reprovável a todos os títulos".

"É uma agressão muito grosseira à Constituição portuguesa e aos direitos mais elementares da democracia", concluiu.



















"O silêncio do Presidente da República, a partir de certa altura, é inaceitável"

O deputado do Bloco de Esquerda (BE) Fernando Rosas exigiu hoje a intervenção do Presidente da República, Cavaco Silva, no caso da suspensão "ilegal" do deputado madeirense do PND José Manuel Coelho pela maioria do PSD/M.

"O silêncio do Presidente da Re
pública, a partir de certa altura, é inaceitável. Esperamos que o Presidente que foi à Madeira saudar a democracia madeirense, agora diga o que pensa desta democracia", disse Fernando Rosas, numa referência à visita de Cavaco Silva à região, este ano.

Para Fernando Rosas, a decisão de suspender José Manuel Coelho é de "absoluta ilegalidade e absoluta inconstitucionalidade" depois dos incidentes de quarta-feira em que o deputado regional apelidou os sociais-democratas madeirense de "fascistas".

"Não pode ser o PSD/Madeira, o "jardinismo", a decidir quem pode ser deputado. É o povo da Madeira que tem o direito a dizer quem tem direito a sentar-se no Parlamento, (...) independentemente do comportamento lunático possa ter", acrescentou.

O deputado bloquista afirma que a suspensão do parlamentar do PND "é um problema de enorme gravidade de funcionamento das instituições" e, quando assim é, "compete ao Presidente da República intervir e pronunciar-se".















PCP questiona Governo sobre actuação da PSP num acto "ilegal e intolerável"

O deputado do PCP António Filipe questionou hoje o Governo sobre a actuação da PSP para impedir de forma "intolerável e ilegal" o deputado do PND da Madeira de entrar na Assembleia Legislativa Regional.

"A atitude do deputado do PND não é uma atitude correcta e será susceptível de uma queixa na PGR [Procuradoria Geral da República], mas ninguém pode impedir um deputado eleito pelo povo de exercer o seu mandato", sustentou António Filipe, vice-presidente da Assembleia da República, em declarações aos jornalistas.

Nesse sentido, o deputado questionou a actuação da PSP que "terá participado de forma intolerável e ilegal", ao obedecer a ordens da Assembleia regional para impedir a entrada do deputado do PND.

"A PSP não está regionalizada", ironizou o deputado, adiantando que vai perguntar ao ministro da Administração Interna, através de requerimento, qual a posição do Governo sobre o assunto.

Questionado sobre se a PSP deveria recusar obedecer a ordens da Assembleia regional, o deputado António Filipe frisou que a PSP, "que tem o dever de assegurar a legalidade", tem que "verificar se está a ser chamada para cumprir a lei" ou se, ao contrário, está a praticar um acto ilegal.

António Filipe defendeu que o Governo deve uma explicação sobre que orientações deu à PSP no caso em concreto.

Com a devida vénia a: Lusa


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