quarta-feira, 12 de outubro de 2016

AUTÁRQUICAS 2017: DESAFIOS


Já se nota um frenesim nos meandros da política madeirense! A causa são as eleições autárquicas de 2017. Daqui a um ano estaremos em campanha eleitoral ou a digerir resultados, exatamente a meio do mandato do Governo Regional. Na Madeira, as eleições autárquicas, sendo diferentes das regionais, têm sempre um impacto enorme na vida dos partidos.
Procuremos perspectivar o que está em causa.

O PSD aposta em recuperar todas as câmaras e todo o resultado que não representar mais uma das que actualmente tem, é uma derrota. Pouco se compreenderá que o PSD renovado não consiga melhor resultado em número de Municípios do que aquele que obteve quatro anos antes, na época do decadente jardinismo.

O partido maioritário tem centrado a aposta no Funchal, e daí o lançamento indisfarçado de uma Secretária Regional, e em Santa Cruz, onde outra mulher parece ser a alternativa, gorada a aposta inicial num independente.

Se a aposta for ganha o Dr. Miguel Albuquerque terá um final de mandato tranquilo. Se não tiver sucesso, é possível que renasça a luta interna e o debate político será muito mais intenso.

O PS terá de manter as câmaras de Funchal, Machico, Porto Moniz e Porto Santo. Passou a desafio nacional o Funchal, onde António Costa colocou todas as fichas, mesmo sabendo que a vitória do Dr. Cafofo pode representar um Partido novo na Madeira, no dia seguinte. O desafio para o PS não será tanto para o partido em si, mas mais para a corrente do Dr. Carlos Pereira, sendo-lhe muito mais conveniente que a maioria no Funchal não fosse absoluta, obrigando o Dr. Cafofo a esquecer ambições regionais.

O Funchal também tem um recado para o BE. Coligado em 2013 com ouras forças políticas, será agora o único sobrevivente (já que não parece crível uma geringonça funchalense face às posições assumidas pela CDU neste mandato) a apoiar a reeleição. A que preço?

O JPP tem dois desafios. O primeiro manter a maioria absoluta em Santa Cruz mesmo sem o apoio das outras forças politicas que em 2013 estiveram na candidatura. O segundo desafio é conseguir ser um partido representativo no espaço regional que não se cinge ao município berço da causa, elegendo vereadores noutros concelhos. Qualquer dos dois desafios parece ser crucial para este novo partido.
O desafio do PCP/CDU é fundamentalmente manter o vereador no Funchal, se não houver geringonça. Da mesma forma, o PTP do desgastado Sr. Coelho e o Dr. Gil Canha, provavelmente através do Nós cidadãos, jogam todo o seu futuro político, juntos ou separados, numa candidatura ao Município do Funchal, ajustando contas de um despejo unilateral mal digerido.

Em São Vicente, manter-se-á a independência de uma candidatura que remeterá ao silêncio duas ou mais candidaturas partidárias, uma das quais saltando da oposição para um apoio pouco disfarçado.
Por último o CDS/PP, partido no qual milito e que por natural contenção me escuso a desenvolver. Fica para os órgãos internos. De qualquer forma sempre direi que a natural candidatura do Dr. Barreto no Funchal e do Dr. Lopes da Fonseca em Santa Cruz, têm de garantir um crescendo na representação municipal, para além da natural reeleição do Presidente da Câmara de Santana.

O tempo dirá de sua justiça. O que me parece desde já previsível é que após as autárquicas nada ficará na mesma no panorama político regional e as expectativas são grandes.
Fonte : JM

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