Neste rochedo onde vivemos acontecem coisas incríveis:
Há uns (largos) meses atrás, começaram esta magnífica obra ao estilo e substância da "Madeira Nova"na freguesia onde vivemos, Quinta Grande.
Na altura, ingenuamente, pensei que se estava a recuperar os poios de pedra que aqui existiam. Todos os anos se atribuem subsídios a que tem terrenos com poios de pedra antigos para que estes sejam recuperados...
Aqui, (vim a saber depois de perceber que sou, definitivamente, loura) destruiu-se tudo o que existia (incluindo parte da encosta oeste do Cabo Girão que era virgem e estava intocada) às custas de subsídios da UE.
A Câmara Municipal de Câmara de Lobos, ao que parece, tinha licenciado uma obra destinada à construção de um poço de rega (pelo menos foi a informação que deram) e foi preciso que o meu marido lá fosse pedir informações sobre a dita obra para que os senhores fiscais (meses depois de isto que veem na fotografia estar a acontecer e, acreditem, não passa despercebido a ninguém pois até da via rápida se vê perfeitamente) percebessem que isto era mais qualquer coisinha para além de um poço de rega.
A obra, ao que nos informaram, foi embargada pela Câmara. Desde então, todos os dias, incluíndo sábados, domingos e feriados, esta maravilha da engenharia, arquitectura e integração do progresso na paisagem não pára: começam às 8 a.m., acabam muito frequentemente depois das 8 p.m.
Mas, falta a cereja no topo deste bolo:
Os senhores na Câmara Municipal de Câmara de Lobos, que não fizeram nem estão a fazer convenientemente o seu trabalho, informam repetidamente os proprietários deste empreendimento (que são pessoas de bem e que dizem a toda a gente aqui na Quinta Grande que o meu marido tem os dias de vida contados) que, por eles lá na Câmara, não teria nunca havido problema nenhum, que este senhor é que não tem nada para fazer e gosta de pedir para embargar obras por aí...
O mais engraçado nesta história é que não estou a ver como é que se vai rentabilizar algum dia um investimento destes, mesmo tendo sido subsidiado, a não ser que as culturas previstas sejam papoilas, coca, cannabis ou algo do género... Ou, então, que o poço a que se referiam seja de petróleo.
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