segunda-feira, 10 de março de 2014

"Dono" da Madeira


Depois de Jaime Ramos, o empresário Luís Miguel de Sousa é considerado o novo "senhor da Madeira" do período pós-autonomia que sucedeu aos dois ciclos económicos dominados por famílias ingleses radicadas no arquipélago (Blandy, Zino, Leacock) e por emigrantes (Pestana e Berardo) regressados à ilha natal. Foi capa da revista Exame que o intitulou "Dono da Madeira". O Diário de Noticias local, ao apresentar este "império monopolista insular", concluía que "não é um exagero dizer-se que o líder do Grupo Sousa tem as chaves do nosso arquipélago na mão". Mas não escapa às críticas da oposição por alegado proteccionismo do poder regional. Do seu universo fazem parte 90 empresas, nas áreas da logística e operações portuárias, hotéis e turismo, inertes, transportes terrestres, energias renováveis, comunicação social e desporto. Com o exclusivo das ligações marítimas com o Porto Santo, duas empresas que dominam o porto do Funchal, a OPM e a ETP (que gerem há mais de 20 anos, por concessão do governo, em exclusividade, as operações e a mão-de-obra portuária), foram investigadas pelo Ministério Público por factos que indiciavam a prática de crimes de peculato, participação económica ilícita em negócio e administração danosa, mas o processo foi arquivado. O relatório e contas do Grupo Sousa revela que as remunerações dos administradores ascenderam a um milhão de euros em 2008 e que, em plena crise económica mundial, os resultados operacionais subiram 87%, com as receitas a ascenderem a 60 milhões.

Fonte: Publico

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