terça-feira, 12 de novembro de 2013

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Sete vivem em quarto que ‘mete água’ debaixo de rochedo


Carência habitacional ainda é uma cruel realidade em Câmara de Lobos

É mais um exemplo flagrante da grave precariedade habitacional que ainda subsiste em Câmara de Lobos em pleno século XXI. Nas imediações do bairro da Nova Cidade, o nome pomposo contrasta com a realidade quase sub-humana em que ainda vivem alguns agregados familiares. É o caso de Patrícia Gouveia, que juntamente com o marido e os cinco filhos, todos ainda menores, dormem todos num compartimento quase improvisado e cheio de remendos, de uma casa quase a cair de podre, onde além da acentuada degradação do prédio, acresce o perigo iminente do mesmo ficar situado debaixo de um rochedo.
Esta realidade dura e crua ‘esconde-se’ por entre amontoados de madeira, zinco e plásticos, que moldam o cenário terceiro mundista que serve de abrigo a três agregados, e que ainda impera quase no final do inclinado Caminho da Aldeia, mesmo por detrás de um dos blocos habitacionais do bairro da Nova Cidade.
Numa espécie de ‘três em um’ – três agregados (6 adultos e 6 crianças) distribuídos por três quartos e repartindo a única casa de banho -, o caso mais dramático é o da família de Patrícia Gouveia. Juntamente com o marido e os cinco filhos, todos são obrigados a partilhar o mesmo quarto. É neste humilde compartimento que todas as noites os sete membros da família se acomodam entre as duas camas que preenchem um dos lados do quarto e o colchão colocado no chão. Mas pior do que o ‘aperto’ diário que ali impera, são as más condições de habitabilidade, substancialmente agravadas quando chove. As folhas de zinco e os plásticos colados no tecto, minimizam, mas não evitam que a água também entre ‘dentro de casa’.
“Chove quase tanto cá dentro como lá fora”, garante Patrícia Gouveia, enquanto aponta para uma panela colocada sobre o humilde móvel que possui, e que juntamente com algumas banheiras, é utilizada para “aparar a água que cai dentro do quarto”. O problema é “quando chove a sério, a água também corre dentro do quarto”. Nessas ocasiões os filhos que dormem do chão têm de ser ‘resgatados’ para cima das camas. “Fica tudo ao monte”, concretiza.
Debaixo do perigo

Para piorar a situação já de si bastante problemática, a casa fica encostada a um penedo, o que só agrava a insegurança que também já reina na própria estrutura do imóvel bastante degradado. O risco que espreita de cima é real. O caso mais grave terá acontecido no Inverno de 2003. Uma pedra considerável resvalou da encosta e só parou dentro de casa. Sem causar vítimas pessoais, mas provocando vários danos, inclusive um grande rombo na estrutura da moradia. Desde então que a parte afectada ficou inutilizada, agravando as já precárias condições de habitabilidade.

O medo e a angústia provocados pela insegurança que mora ‘paredes meias’, é outra das realidades. “Sobretudo quando há mau tempo, costuma cair rocha”, assinala.
Reclama por isso do Instituto de Habitação da Madeira (IHM) a devida atenção. “Há 11 anos que estamos à espera”, lembra, referindo-se ao pedido de realojamento.
Apesar de já ter sido recebido a visita dos técnicos especializados na área social, tudo mantém-se inalterável. Por isso, de tanto esperar, já quase desespera: “Parece que tem de haver primeiro uma desgraça, para alguém então também olhar pela gente”, desabafa.
Saúde debilitada agrava o ‘calvário’

Só que o “calvário” desta família numerosa a viver em condições bastante precárias, não se fica por aquilo que os olhos testemunham. Para agravar o estado de coisas, o casal está desempregado, e pior ainda é a saúde também debilitada de alguns dos seus membros. Além de diabética, Patrícia Gouveia diz padecer de hepatite e ainda ser anémica. Para agravar a situação, um dos filhos sofre de epilepsia e é também asmático.

É caso para dizer, que pior é quase impossível.
UM MAL NUNCA VEM SÓ!
Mas o drama desta família, tem também repercussões nos outros dois agregados que também ali vivem em condições bastante precárias.
É o caso de Cristina Agrela, que juntamente com o marido e o filho, ocupam o quarto do rés-do-chão, precisamente debaixo do soalho que separa o compartimento ocupado pela família mais numerosa. Como tal, os problemas de infiltração no andar de cima, reflectem-se também em baixo, onde o mau cheiro provocado pela humidade que exala do compartimento danificado há quase 11 anos, é também uma constante.
Para tornar a vida num suplício, o filho é doente cardíaco. “Sofre do coração”, assinala Cristina, acrescentando que “até o médico já passou uma carta a proibir a criança de subir o caminho”, referindo-se ao sinuoso trajecto entre a estrada principal e o local de residência.
A última esperança em poder ver a carência habitacional e, por consequência, poder evitar os trajectos diários desaconselhados ao filho cardíaco, passa também pelo realojamento, através do IHM.
Fonte: DN Madeira

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