sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Portugal pode sobreviver à saída do euro João ferreira do Amaral foi convidado a proferir uma palestra na UMa


Há cada vez mais pessoas a defender a saída de Portugal da moeda única. Um deles é João Ferreira do Amaral, professor catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), que ontem proferiu uma conferência que teve este tema como nota dominante, intitulado ‘A Europa e o Euro - A Causa da Crise e a Perda de Soberania’, que decorreu no auditório da reitoria da Universidade da Madeira (UMa).

Cerca de 40 pessoas marcaram presença no evento aberto ao público, mas dirigida essencialmente à comunidade académica. João Ferreira do Amaral salientou que há mais vozes como a dele que defendem a retirada faseada de Portugal do euro. “Noto que nos últimos dois a três anos tem vindo a crescer fortemente” o número de pessoas que defendem o mesmo, frisou.
“Defendo a saída do euro, basicamente porque entendo que Portugal não tem futuro dentro do euro”, justificou. “Porque não tem condições para crescer com uma moeda que não é adequada à nossa real capacidade competitiva”, acrescentou. “Em termos mundiais o euro é um amoeda muito forte e que tende a valorizar-se e nós não temos uma estrutura produtiva suficientemente competitiva para aguentar uma moeda tão forte”.

Por outro lado, questionado sobre as vozes que se levantam cada vez mais contra a manutenção de Portugal na moeda única, João Ferreira do Amaral disse que as “pessoas foram surpreendidas com a mudança, que eu noto, em torno desta matéria”. E acrescentou: “A dificuldade está em as pessoas equacionarem qual a melhor forma possível de o fazer, o que é uma questão fundamental e que eu tenho debatido e também aprendido. A questão mantém-se porque é claro que não há grandes possibilidades de nos mantermos nestas condições.”

Do ponto de vista deste professor universitário, também autor do livro “Porque Devemos Sair do Euro”, salientou a “melhor forma seria através de um processo negociado com as entidades europeias, em que se fizesse uma saída controlada com apoio comunitário e, ao mesmo tempo, sem criar pânicos nem gerar desequilíbrios de diversa ordem”, explicou.
João Ferreira do Amaral reforçou que não é “adepto de uma saída unilateral”. No entanto, lembra que “o que traz consequências negativas para as famílias portuguesas é nós permanecermos na zona euro”, sendo que o “ajustamento que seria necessário após a saída poderia ter algum impacto negativo, mas daria uma esperança ao nosso país e dentro da zona euro não temos esperança nenhuma”, concluiu.


Movimento em 2014

Um movimento cívico a favor da saída de Portugal do euro deverá tomar forma já em Janeiro de 2014, com o anúncio público da intenção de gerar uma candidatura independente às eleições europeias de Maio do próximo ano. Pedro Borges, representante deste movimento salientou que há apoios importantes desta causa, inclusive de personalidades regionais.

 Fonte: DN Madeira

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