No último debate autárquico, promovido pela TSF, com a presença dos quatro candidatos à Câmara Municipal do Funchal, o sr. Artur Andrade, da CDU, referiu que “não era possível estar numa coligação em que o vereador do urbanismo seria um promotor imobiliário”, referindo-se à minha pessoa.
Diz um ditado antigo, que um homem desesperado até se agarra a uma tabaibeira para não cair num abismo. Como o sr. Artur Andrade pressente que a sua CDU vai cair num despenhadeiro nas próximas eleições, na sua aflição, resolveu agarrar-se a uma “tabaibeira”, chamada Gil Canha.
Como o sr. Artur Andrade se agarrou a mim para tentar salvar o seu distinto coiro, tem agora que sentir os meus cruéis espinhos.
Vossa excelência acusa-me de ser um promotor imobiliário. Pois bem, se sou um promotor imobiliário, sou um promotor completamente fracassado. Na última obra familiar em que estive envolvido, fui embargado 4 VEZES, 3 pela Câmara da dupla Albquerque/Bruno Pereira, e a outra vez, pelo sr. Jaime Ramos, que retirou o alvará do pobre do empreiteiro, levando-o à falência. Felizmente, como tudo estava legal, o Tribunal Administrativo levantou os embargos camarários e o empreendimento foi concluído e devidamente licenciado.
Na altura, também outros da sua alcateia se agarraram à “tabaibeira” Canha e levaram com os “espinhos”; e as Moradias VIP, onde o sr. Bruno Pereira tinha a sua casa ilegal; o Dolce Vita, onde os srs. Henriques e Jaime Ramos tinham os seus interesses; e o Mina Gerais, onde o sr. Sousa rebentava alegremente com o PDM, foram embargados, e ainda hoje, dois deles não estão licenciados, porque o tribunal considera-os de génese ilegal.
Por isso sr. Artur, há muito que me deixei dessas andanças, aliás, antes de entrar para a Câmara como vereador, sempre que via um saco de cimento fugia dele como o diabo da cruz. Mas ao contrário do sr. Artur Andrade, que assina de cruz os projectos que entram na autarquia, nestes últimos quatros anos, eu analisei em pormenor centenas de projectos. E todos aqueles que não cumpriam a lei, a maioria deles da “Máfia no Bom Sentido de Jardim”, foram denunciados nas reuniões da vereação. É sobretudo por isso que o Alberto João e o Bruno Pereira carpem mágoas no pasquim da Rua Fernão de Ornelas, que até mete dó.
Mas a “Máfia no Bom Sentido” não gosta que lhe toquem nos seus interesses, e como não me conseguiram vergar (nem nunca me vergarão!), contrataram capangas para me agredirem, vandalizarem e incendiarem os meus negócios, os meus carros, e os dos meus familiares, POR DUAS VEZES, e com prejuízos de milhares de euros. É curioso e sintomático, que os cadastrados mancomunados não foram à casa do sr. Artur Andrade nem à casa do sr. José Manuel Rodrigues, pela simples razão que os senhores não fazem OPOSIÇÃO alguma, fingem que a fazem, e com as vossas balelas do costume, vão enchendo os alforges e alimentando a vossa vaidade pequeno burguesa.
O sr. Artur Andrade acha correcto ser vereador e ao mesmo tempo advogado dos funcionários da Câmara, cobrando-lhes balúrdios? Acha correcto, que quando há discussão dos processos disciplinares desses mesmos funcionários, na reunião de Câmara, você fuja rapidamente para a sala ao lado, com o seu fumegante charuto nos queixos? Se existe alguém que mistura suculentos honorários com funções autárquicas é precisamente o sr. Artur Andrade, numa promiscuidade realmente vergonhosa e eticamente indefensável.
E uma vez que se agarrou à “tabaibeira”, leva com mais esta: você e o eng. Dírio Ramos andaram a brincar aos autarcas durante toda esta vereação, para fazerem transparecer aos funchalenses que a CDU tinha dois vereadores: duas semanas ia um à reunião de Câmara, duas semanas ia outro, e andaram 4 anos neste bailarico infernal, rivalizando um com o outro na quantidade de “palha” que levavam para ser aprovada. O pior é que um se esquecia de dizer ao outro o que se tinha passado na reunião anterior, o que originava contradições e salgalhadas de se morrer a rir, dignas da mais genuína ópera bufa.
Sr. Artur Andrade, se calhar é melhor você se deixar cair de vez no abismo, e assim livra-se deste seu cruel sofrimento, e liberta esta pobre “tabaibeira” para outro aflito, que entretanto apareça.
Fonte: DN Madeira
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