quarta-feira, 19 de junho de 2013

"O que seria deste se não fosse o outro."



O actual administrador da FrenteMar, Ricardo Nunes, afirmou, ontem, em tribunal, que o seu antecessor no cargo, Paulo Rosa Gomes, chegava às reuniões do conselho de administração da empresa municipal com as decisões já tomadas, “facto consumado”. Entre essas decisões estão os contratos de concessão das espreguiçadeiras nos complexos balneares a um prestador de serviços (o arguido Manuel Ferreira) e a aquisição de uma embarcação que nunca chegou a ser entregue, os quais estão na origem do processo em julgamento, em que Paulo Rosa Gomes e a esposa são acusados dos crimes de peculato e participação económica em negócio.
O colectivo de juízes da Vara Mista, presidido por Filipe Câmara, esteve a ouvir Ricardo Nunes, que deu uma versão dos factos diferente da que Paulo Rosa Gomes apresentara na primeira sessão do julgamento, designadamente que as decisões na FrenteMar eram tomadas em colectivo, pelos três membros da administração. Ora o actual administrador da FrenteMar (que até 2006 era um dos dois vogais) explicou que Rosa Gomes era quem mandava na empresa e que até tinha os cheques pré-assinados por um dos vogais para depois usá-los conforme entendesse.
Ricardo Nunes deu ainda a entender que a concessão das espreguiçadeiras a Manuel Ferreira, por 6 mil euros por mês, era um mau negócio para a FrenteMar. Sinal disso é que este arguido ofereceu-se “desesperadamente” para continuar a exploração por apenas 600 euros por mês quando a nova administração resolveu rescindir a concessão.
Também ontem foi ouvido, por vídeo-conferência, um director da Yamaha Portugal, marca do motor comprado para a embarcação que nunca chegou à FrenteMar e que é representada na Madeira pela ANB, onde trabalha a esposa de Rosa Gomes.
O julgamento prossegue a 2 de Julho.


Fonte: DN Madeira

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