O eurodeputado Nuno Teixeira (PSD), que esteve como observador nas presidenciais na Venezuela, sustentou hoje que a forma como decorreu o período de reflexão "envergonharia qualquer europeu" e lembrou que o candidato da oposição identificou "irregularidades" no processo.
"Tudo aquilo que decorreu entre o encerramento da campanha eleitoral e o dia da votação, envergonharia qualquer europeu habituado à forma como
decorre o período de reflexão", disse o deputado, que integrou a missão de observadores da União Europeia (UE) às eleições presidenciais que se
realizaram no domingo.
Nuno Teixeira afirmou-se espantado por haver na UE quem queira "o reconhecimento imediato dos resultados eleitorais", esclarecendo que foi pedida uma auditoria à totalidade das mesas de voto, por parte do candidato derrotado, Henrique Capriles, devido à estreita margem que deu a vitória a Nicolas Maduro.
O deputado sublinhou ser "perfeitamente legítimo" que se peça a recontagem, "para se dissiparem todas as dúvidas que possam surgir na sequência de um conjunto alargado de irregularidades que foram identificadas pelo candidato da oposição e que foram apresentadas ao conselho nacional eleitoral".
Entre as irregularidades, Nuno Teixeira identificou a presença de Maduro, na véspera da eleição, durante nove horas de emissão do canal nacional em
aberto, "praticamente em direto".
Também o sistema de votação, adiantou, apresentou alguns problemas, como falhas na recolha da impressão digital no sistema electrónico e a ausência - em algumas mesas de voto - de representantes da oposição.
A UE disse na segunda-feira acreditar que as autoridades de Caracas vão "considerar devidamente todos os recursos" eleitorais, sublinhando a
importância do resultado das eleições presidenciais ser aceite por todas as partes.
Em conferência de imprensa, a porta voz da chefe da diplomacia da União Europeia afirmou que foi "tomada nota do anúncio por parte do Conselho Nacional Eleitoral (CNE)" da eleição de Maduro mas reafirmou que o resultado deve ser aceite por todas as partes.
O Presidente interino da Venezuela, Nicolas Maduro, foi declarado na segunda-feira vencedor da eleição presidencial, apesar de o candidato derrotado, Henrique Capriles, exigir uma recontagem dos votos. O presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, entregou os resultados certificados a Maduro, depois de o proclamar "Presidente eleito da Venezuela".
O CNE informou que, quando estavam escrutinados 98,7% dos votos, Maduro recolhia a preferência de 50,75% dos votantes e Capriles 48,98%, estando separados por apenas 262.473 votos.
Fonte: DN Madeira
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