Olho para as minhas mãos.
E sinto-as como um poema quando as abro e estendo para os outros.
Faz-me renascer, o gesto da partilha.
Redobra a minha alegria e amortece o espinho da dor.
Até a informática copiou esta palavra partilhar
para exprimir a divisão de pouco por muitos.
Assim nos fizeste, Senhor, assim fizeste por nós,
assim nos ensinaste a fazer.
E mesmo quando o pecado do egoísmo nos verga,
ouvimos a Tua voz a pedir
que comecemos de novo,
todos os dias,
o gesto fraterno da partilha.
Pode ter um nome em cada tempo ou situação:
solidariedade, atenção aos outros, luta pela justiça,
coragem, renúncia, resistência, força espiritual…
Cada um lhe acrescenta um ponto
neste conto admirável dos Teus dons nas mãos de todos…
A.Rego
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