quinta-feira, 15 de novembro de 2012

As Metades da Laranja. Por: Hélder Spínola, Deputado da Nova Democracia



A laranja que governa a Madeira dividiu-se em duas. Uma divisão matemática e simétrica. Nem um gomo a mais nem um gomo a menos. Cada metade é o reflexo da outra. Ao longo de mais de 3 décadas, enquanto abundava o doce sumo em todos os gomos, a laranja manteve-se unida. Agora, que a carne escasseia e ficam os ossos à vista, a matilha divide-se contra si mesma na disputa pelos despojos do que resta da carcaça. Enquanto isso, os resultados da governação que a laranja exerceu ao longo de 36 anos começam a negar o epíteto de "cantinho do céu", atribuído pelo próprio povo à Madeira. Esta mesma laranja, que agora se apresenta às metades, de costas voltadas, fingindo uma que não reconhece a outra, abriu a caixa de Pandora e libertou sobre os madeirenses os males do mundo. Foram ambas as metades do PSD quem lançou sobre o Arquipélago da Madeira as pragas que nos atormentam hoje. Tanto a metade de Alberto João Jardim como a metade de Miguel Albuquerque são culpadas pelas obras mal feitas que transformam em desgraça as chuvas mais intensas. Quer uma metade quer outra são culpadas pelo desleixo no combate ao mosquito do Dengue que, deixado à vontade, ameaça o turismo e a saúde pública. Ambas as metades apoiaram-se mutuamente no crime e na irresponsabilidade de alimentar uma dívida que sufocará as nossas vidas e a nossa economia ao longo de décadas. Todo o PSD é responsável pelas políticas que nos conduziram à calamidade dos incêndios, ao desemprego, à pobreza, à carestia na saúde e à penúria na educação.
Agora, para combater os males que verteram sobre nós, só nos resta a esperança de um outro caminho que, obviamente, não poderá ser indicado por nenhuma das metades da laranja, pois ambas são responsáveis por estarmos à beira do abismo.


Fonte: DN Madeira

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