Morgado quer ser independente
Deputado surpreendeu o CDS e tratou tudo sozinho. Espera resposta da ALRAM
Carlos Morgado está à espera de uma resposta da Assembleia Regional para saber se pode passar a deputado independente já a partir desta quinta-feira. A notícia apanhou todos de surpresa. A começar pelo próprio CDS, partido que o fez entrar no Parlamento regional.
Segundo apurou o DIÁRIO, Carlos Morgado pediu já no dia 25 de Setembro ao presidente da Assembleia Legislativa da Madeira para deixar o grupo parlamentar do CDS e passar à condição de independente. O requerimento enviado a Miguel Mendonça ainda está à espera de despacho e o deputado aguarda essa decisão para saber qual vai ser o seu futuro político.
Em causa, estará o facto de Morgado ter de deixar agora a Assembleia para dar o lugar a Luísa Gouveia, líder da Juventude Popular. A decisão até nem será nova, já que decorre de um procedimento adoptado pelo partido que permite a rotatividade dos deputados. No entanto, e embora tenha sido apontada essa substituição em privado e até publicamente, Morgado só nos últimos dias antes de ser substituído tomou a decisão de pedir a passagem a independente.
Decisão pessoal e secreta
Surpresa é a palavra que define o grupo parlamentar do CDS perante esta 'brecha' no Parlamento regional. Ontem à noite, ao DIÁRIO, o líder parlamentar confirmou a pretensão de Morgado, disse também que o partido o tentou demover e acrescentou ainda que os 'populares' só souberam da iniciativa do deputado por terceiros. "Todos os deputados desconheciam" esta intenção, disse Lopes da Fonseca. O dirigente afirma que não havia indícios que o levassem a pensar numa situação destas. "Não havia litígios", nem alguma vez foi questionada a regra da rotatividade, recorda.
O líder parlamentar lamenta a "decisão unilateral" de Carlos Morgado, desconhece os "argumentos que o levaram a esta decisão pessoal" e deixa claro que deve ser o deputado a assumir as consequências da sua atitude. Sobretudo por não ter dado sinais de que pretendia passar a independente, nem mesmo nas recentes reuniões ou depois de ter formalizado o pedido do qual não deu conhecimento ao partido nem ao grupo parlamentar.
Substituição: CDS não admite ficar com menos um deputado
"Não podemos aceitar!". É desta forma que o grupo parlamentar do CDS reage à iniciativa de Carlos Morgado. Lopes da Fonseca adianta que o grupo que lidera, o maior da oposição, com 9 deputados, vai "proceder em consonância" com as implicações legais desta súbita decisão de forma a que mantenha o actual número de eleitos.
Na base da argumentação do partido está o facto de Carlos Morgado estar no Parlamento regional como substituto de José Manuel Rodrigues, que está na Assembleia da República, embora prestes a regressar. Ou seja, os 'populares' acreditam que o facto de Morgado não ter sido eleito directamente o impede de passar a independente. O agora deputado rebelde "não foi eleito, está no Parlamento em substituição", lembra Lopes da Fonseca.
Admitindo o lado constrangedor deste caso, o líder parlamentar diz que se trata de uma situação sem precedentes no partido, quer na Assembleia regional, quer mesmo na Assebleia da República.
Entretanto, Luísa Gouveia, a nova líder da Juventude Popular na Madeira, já estará a preparar-se para a estreia como deputada pelo CDS-PP de acordo com a rotatividade definida e aprovada nos órgãos próprios do partido.
Fonte: DN Madeira
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