
Para sorte dos desamparados madeirenses, nem todos os que estão comprometidos com o povo foram apanhados pelo surto febril gerado pela sucessão social-democrata, nem pelo frenesim 'laranja' que estranhamente esmoreceu mal todos perceberam que o 'chefe' entrou na jogada para se perpetuar e garantir sempre dois ordenados, independentemente dos lugares que venha a ocupar. Resta-nos uma espécie de 'homens da luta', empenhados em zelar pela nossa vidinha, cada vez mais penosa, mas não menos interessante. Presto-lhes a merecida homenagem.
Correndo o risco de omitir involuntariamente muitos dos que se manifestam solidários com a deseperada luta do povo, a quem peço já as devidas desculpas, destaco:
Correndo o risco de omitir involuntariamente muitos dos que se manifestam solidários com a deseperada luta do povo, a quem peço já as devidas desculpas, destaco:
1. Alberto João Jardim. Qual 'big brother', ele olha cada vez mais por nós, ou seja, por si próprio. Mesmo à distância, manda dizer o que lhe vai na alma para que ninguém sinta a sua ausência e continue a acreditar que é ele e só ele que manda. Escreve 'notícias' no jornal que tomou de assalto, assinando-as com pseudónimos, de modo a delimitar a actualidade ao que lhe interessa e não ao que acontece de facto. Telefona aos paus mandados ordenando declarações e posturas públicas adequadas à lealdade que exige mas não cumpre e manobras intimidatórias a todos quantos lhe fazem frente.
Mesmo de férias pascais não perde o instinto de governante altruísta. Até mandou duplicar a diária nas casas do Porto Santo para assim contribuir mais expressivamente para os cofres da Região. Para quem tem dupla remuneração, pagar uns míseros 20 euros por dia é uma ofensa a quem viu por estes dias os impostos subirem 50%. Mas não deixa de ser um gesto simpático de um forreta que nos põe a alimentar outros custos bem mais avultados. Embora devesse pagar retroactivos – e 10 euros vezes 30 dias, durante 36 anos, ainda é dinheiro - continue a gozar no areal o merecido descanso. Assim poupa-nos a comentários ofensivos e a novas dívidas. Liberta o passeio da rua Pedro José de Ornelas e dá sossego às araras a quem manda calar sem sucesso. E sobretudo não atrapalha. Bem haja.
2. José Pedro Pereira. Para quem tinha dúvidas e preocupações acrescidas num cenário de disputa pelo poder no PSD, o líder da JSD mostrou quem manda e olha pelos madeirenses. Jaime Ramos já era. A máquina mudou de mãos. E das duas uma: ou os 11 mil miltantes social-democratas disparam, ou então os cerca de 6 mil 'jotinhas' farão a folha a quem se apresentar a votos, mesmo que o candidato a quem é dado apoio explícito hoje, não seja o mesmo de amanhã. Basta um telefonema ou uma grade! Afinal, tudo é negociável, excepto a efémera lealdade. E o povo já devia saber que os incontinentes eram assim.
3. Coito Pita. Também olha por todos. Pelos mais jovens do seu partido, a quem aconselha em quem votar, de modo a satisfazer as ordens superiores. Mas sobretudo olha fixamente por todos quantos sempre defenderam melhores acessos ao mar e esperam um dia ter um cais acostável em cada uma das nossa fajãs. O que nos faz falta é a apetência generalizada por este género de pesca grossa. Mar não é problema. O drama é ir e não poder voltar.
4. Manuel António Correia. Tem tudo para olhar por nós. Postos de vigia, postos de observação, casas do povo, guardas florestais e inspectores ambientais. E tem festas como nenhum outro, da anona à cereja, da banana à cana, da sidra ao pero. E o povo gosta é de gente assim, que controle mas também divirta, mesmo que exiba o copo à moda do chefe e não diga nada de substancialmente diferente de quem o manda dizer. Isso são pormenores irrelevantes.
5. Miguel Albuquerque. Está sempre a olhar por nós mesmo quando olha para as objectivas, Teve a coragem de assumir uma candidatura e desafiar as regras ditadas pelo autor do jogo viciado. Ninguém faz esta opção de risco a pensar apenas nos dividendos pessoais. Não há gratidão que lhe pague a ousadia, embora tardia. Uns anos antes, o tamanho do buraco seria outro.
6. Cunha e Silva. Enquanto os seus companheiros de luta se degladiam por um lugar incerto, continua a governar não se sabe se por muito mais tempo, pois não deve ser pacífico chefiar quem já está indigitado para ser seu futuro chefe! Regista-se a ordem já dada para injectar 8 milhões no tecido empresarial regional. É pouco mas vale mais que os 20 euros de diária que deixaria no Porto Santo se estivesse de férias.
7. Miguel de Sousa. A 3 de Março, em pleno Conselho Regional do PSD, ou seja, no local próprio, avisou para o que agora se está a passar, de que importa mudar, mas primeiro de políticas, em nome de uma verdadeira Autonomia, e só depois de líder. Não é o único a ter experiência na premonição e mesmo assim a não ser bem sucedido. Se os seus não lhe deram atenção, não temos que imitá-los. Afinal, quem nos avisa nosso amigo é.
8. Miguel Mendonça. Está definitivamente focado no essencial e consciente que foi brando para com todos aqueles que atentaram contra a dignidade parlamentar. Os madeirenses aguardam para ver se usará a exemplar determinação quando a maioria recorrer ao palavreado irrepetível. Coragem!
9. Rui Alves. Está por agora calado mas convém não esquecer que também quer olhar por nós, não desde o alto da Choupana, mas a partir da Quinta Vigia. Haja memória, sobretudo nesta semana de dérbi!
10. Cristiano Ronaldo. Daqui a uns anos bem pode estar a disputar a liderança do PSD-M. Aliás, na última entrevista que deu à TVI, por sinal com a mesma indumentária com que aparece no último anúncio publicitário do BES, revelou-se um pedagogo. Apesar de irmão mais abastado, ele também olha por nós. Ao assumir que se derrete quando o filho diz 'papá' testemunha a necessidade de darmos ouvidos às crianças e termos um coração pronto para nos deixarmos embalar pela felicidade que não resulta do vil metal. Tomara que os políticos, mormente os que fintam sem sucesso, recorressem a tamanho expediente.
Obrigado a todos por olharem pelo povo, cumprimento não extensivo aos que se baldaram ao trabalho de casa e não conseguiram cumprir até Março com as 25 medidas acordadas no 'Plano de Resgate'. Desses tratará Passos, Gaspar e a 'troika', embora sejamos nós a pagar a factura.
Fonte: DN Madeira
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