quarta-feira, 4 de abril de 2012

Obviamente, demita-se, António José Seguro!



1)António José Seguro confirmou a sua fraqueza e cometeu um erro político crasso ao responder a Marcelo Rebelo de Sousa. De facto, António José Seguro tem sido - na opinião da esmagadora maioria dos portugueses - um líder de oposição muito meiguinho, muito suave, muito querido para Pedro Passos Coelho. Raramente se irrita com as medidas do governo, não se importando de ficar colado às iniciativas legislativas da maioria - mesmo que o seu conteúdo seja frontalmente contra a linha ideológica que António José Seguro virtualmente defenderia. O governo liberaliza os despedimentos? António José Seguro diz que sim. O Governo corta o subsídio de Natal aos funcionários públicos? António José Seguro consente. Qual é a grande bandeira da oposição de Seguro? Não sabemos. Ninguém sabe. António José Seguro tem revelado um silencio confrangedor na oposição. Mas...calma! Atenção, muita atenção! António José Seguro ontem irritou-se. Zangou-se. Sentiu-se ofendido. Porquê? Devido aos resultados assustadores do nível de desemprego em Portugal? Devido aos jovens que não têm perspectivas de futuro? Não, nada disso: António José Seguro irritou-se porque...foi humilhado por Marcelo Rebelo de Sousa! Ui, coitadinho do Seguro! Tão ofendido que ficou! Foi incapaz de dar uma entrevista quando o governo se enganou nas previsões dos indicadores macroeconómicos, quando o desemprego aumentou exponencialmente, quando se soube que a miséria aumentou em Portugal...todavia, Seguro ontem abriu uma excepção para ir à televisão...responder a um comentador televisivo! Assim se vê, a fraqueza do Sê! Sê de Seguro que na liderança socialista tem sido muito inseguro e fraco. Muito fraquinho. Quem é muito fraco para com o governo e muito forte para com Marcelo Rebelo de Sousa (que, para já, é apenas comentador televisivo) é muito fraco para exercer cargos políticos de grande responsabilidade. Uma nota complementar: Marcelo Rebelo de Sousa, mais uma vez, parece o verdadeiro primeiro-ministro ou Presidente da República de Portugal. Um sinal de que o próprio PS já sente que o próximo PR será Marcelo Rebelo de Sousa?


2)António José Seguro limitou-se a confirmar as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa no domingo. É que a tese central de Marcelo consistiu no seguinte: António José Seguro não consegue pôr ordem na casa, precisando de recorrer a um golpe estatutário. Ora, ontem, Seguro admitiu, pela primeira vez, que não consegue liderar o seu partido, devido à oposição crónico dos socráticos! Disse-o preto no branco, confirmando o que Marcelo Rebelo de Sousa dissera no domingo! Ao tentar desmentir, Seguro confirmou as palavras do Professor! Mais: António José Seguro afirmou que as alterações já decorriam da sua moção: ora, este argumento - a ser válido - confirma o lado ditatorial de Seguro. Porquê? Porque, desta forma, acabavam-se as leis, as regras constitucionais, os estatutos, todas as limitações legais do poder: tudo é discutido na moção, logo, tudo é permitido. Ora, se António José Seguro algum dia chegasse a Primeiro-Ministro - o que é impossível, mais depressa um porco ganha asas - não tinha de respeitar as leis ordinárias, nem a Constituição para aprovar os actos legislativos. Porquê? Porque já tudo tinha sido discutido no Programa do Governo e objecto de um grande debate político nacional. Que grande democrata você me saiu, Tó Zé Seguro!» [Expresso]

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