A escravatura foi abolida há muito e hoje julgamo-nos livres. Mas será mesmo assim? Fazendo contas aos impostos que recaem sobre nós chegamos à conclusão que mais de metade do nosso rendimento vai direitinho para as mãos do senhor governo.
As contas são fáceis de fazer. O nosso ordenado é desfalcado em cerca de 20% através do IRS e em mais 11% para a Segurança Social. Considerando a distribuição do nosso consumo pelos produtos e serviços sujeitos às taxas de IVA de 5%, 12% e 22%, dos dois terços que ainda nos chegam às mãos acabamos por entregar, em média, cerca de 18% do nosso rendimento. Para além do IVA, quem vai à bomba de gasolina atestar o depósito chega a deixar só em Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) mais 4% do seu vencimento mensal. Tudo somado, só à conta dos principais impostos, chegamos a um desfalque de 53% no nosso vencimento.
Se juntarmos outros valores como a eliminação dos Subsídios de Férias e de Natal, a Sobretaxa Extraordinária sobre o Rendimento (3,6%), o imposto sobre o tabaco e sobre o álcool, o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), o Imposto Único de Circulação (IUC), o Imposto de Selo, o Imposto Automóvel e as taxas várias, como a de saneamento, dos resíduos, da água, das embalagens, licenças, etc., fica muito pouco para as nossas necessidades. Depois, para termos acesso à Educação, à Saúde, à Justiça, o senhor governo obriga-nos a pagar novamente os serviços que deveriam ser públicos. Afinal, não passamos de escravos de um senhor governo que desbarata o nosso dinheiro e faz dívida para ser paga à custa do empobrecimento. Até quando?
Hélder Spínola
Diário de Notícias da Madeira, 15 de Abril de 2012

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