O JM, nascido como jornal da Igreja, mesmo quando a diocese passa a minoritária no capital, mantendo o direito de nomear o director, e o Estatuto Editorial obedece aos Princípios Universais do Cristianismo, não é inócuo, para a diocese, para a Igreja e para os leitores, que diariamente surja no seu cabeçalho a frase: JM SÓ DEFENDE O POVO MADEIRENSE. JM é A VERDADE!
A 13 de Fev p. p., na pág 6, o alemão KLAUSS FRIEDRICH assina um texto onde convida a sr.ª Merkel a visitar a Madeira. Aconselho a sua leitura. Há, aliás, outros cidadãos cuja leitura recomendo, são eles: Augusto Pestana, Joana Peixoto e Augusto Mendes. A 18 de Fev JM tornou público o convite do Sr Pres. do GR, à Chanceler, para visitar a MADEIRA. Momento de reconciliação germano-madeirense, ideal para conhecermos: KLAUSS FRIEDRICH.
A VISITA
A Chanceler documentar-se-á e, um intenso programa espera-a, um dia, na RAM.
Chegada noite dentro, descansará no hotel. Às 8h, acompanhada do Sr Pres, segue de helicóptero para o Curral das Freiras. Praticará natação na piscina acompanhada por populares. O Sr Pres explicará a utilidade da piscina na formação dos futuros nadadores olímpicos madeirenses. Dinheiro bem gasto, dirá. Intimamente, questiona-se: para que querem estes marmanjos tal luxo? O heli sai do Curral e, no percurso para Norte, desvia ao Lugar de Baixo. A convidada viu, lá no fundo, uns calhaus. Aquilo é uma marina, daqui a meses está a abarrotar, explicam. É a tal marina dos milhões, pensou ela. Curiosa, a população do Porto do Moniz vê o heli acertar em cheio naquela taça, alcunhada de heliporto. Foi o delírio. Estupefacta, Frau Merkel sossegou quando lhe disseram que a euforia era fruto de verem a serventia da enorme taça de cimento.
O heli rumou ao Funchal. Havia importante visita ao JM. Em cerimónia de grande significado, o Sr Bispo deu as boas vindas à comitiva. Na sua alocução enalteceu o ecumenismo e viu na Tolerância e na Verdade elementos aglutinadores da Cristandade. Graças a eles, assumiu o prelado, pessoas de diferentes ideologias e nacionalidades têm, no JM, uma Tribuna Livre para se exprimirem. O exemplo de KLAUSS FRIEDRICH, crítico da Srª Merkel, e, apreciador "… da majestosa obra que foi feita nesta ilha maravilhosa", fala por si.
Ao almoço trocam-se prendas. A Chanceler entrega o discurso de Helmut Schmidt, quer elucidar o Dr Jardim sobre a social-democracia. Em troca, recebe um exemplar de "RES NON VERBA". "JÁ NÃO HÁ VERBA", em "madeirês". É o livro dos Sonhos feitos… Pesadelos. Ouve-se o hino da Madeira e uma jovem deposita em frente ao anfitrião uma ESTRELÍCIA DOURADA. Informam a visitante, por tradutor de confiança, que a prenda é para: KLAUSS FRIEDRICH. O alemão, soube-se, adoecera. Continuamos sem conhecê-lo!
Seguem-se, de tarde, sessões de trabalho. Tema exposto pelo Sr Vice-Pres: A Madeira na Crise. Tudo isto aconteceu, sem qualquer responsabilidade do GR, garantiu, sem se rir, S. Exª. O objectivo era o bem-estar do Povo, logo gastámos o que tínhamos e o que pedimos. Calada, Frau Merkel conclui: saberão para que servem orçamentos? Saberão que não há recursos ilimitados?! Segue-se o Sr Sec dos Rec. Naturais. Foi ouvido com atenção pela sr.ª que fez perguntas. A ilha produziu, no passado, leite e carne. Pergunto: quanto produz hoje? A RAM recebeu subsídios para as pescas. Como está o sector? A habitação tem vindo a subir de cota. Porquê? O Sr Sec falou dos subsídios que, em breve, pediria à Europa, daqueles que já pedira e aguardava aprovação e ainda doutros que estavam a chegar. Depois assumiu que tratar gado é coisa indigna, dos tempos da "Madeira Velha". A "Madeira Nova" acabou com isso. A situação das pescas resulta de um comportamento premeditado. Os nossos pescadores foram para os Açores e, por lá ficaram, pois, sectores mal cheirosos não ficam bem em terra de turismo. A habitação subiu de cota porque o Povo foi autorizado a construir onde possui terra. Retribuiu em votos a magnanimidade. Não fazendo comentários, a Srª pensou: saberão o que seja aproveitar recursos? Autorizam casas, crista acima e, depois, admiram-se quando vão na enxurrada?!
No painel da Srª Sec do Tur e Trans, ouviremos: construímos hotéis e libertámo-nos de actividades incompatíveis com turismo de qualidade. Porém, precisamos que nos ajudem. A Europa tem de criar uma rede de transportes barata e, impedir que as agências de viagens nos imponham preços pindéricos. Brilhante intervenção aplaudida por todos. Frau Merkel pensará: "saberão como funciona uma frágil economia? Os suíços têm vacas e ganham dinheiro com o turismo. Pesca e pescadores jogam com ilha, e alimentação humana. Porém, até o Klauss já se rendeu a esta irracionalidade. Daqui a dez anos, serão ainda mais jardineiros e empregadas domésticas dos reformados fugidos ao frio. Posso ser um deles. Oxalá o Klauss seja vivo, poderá ajudar-me a entender esta gente".
Tive uma dúvida. Será…? Não, não acredito, a diocese não envolveria a Igreja em tal embuste.
Fonte: DN Madeira
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