quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Baltazar Aguiar regozijou-se por ter alertado o país "para a maior trafulhice política eleitoral".


O protesto durou 10 horas. "Vamos passar da legítima defesa à acção directa. Vamos entrar no 'Jornal da Madeira', vamos-nos barricar aqui dentro enquanto não formos ouvidos pelo vice-presidente do Governo Regional ou pelo senhor bispo do Funchal. Daqui não sairemos".

Foi esta a frase-bomba proferida pelas 10h10 pelo deputado do PND e candidato, António Fontes que abriu o apetite para uma jornada recheada de episódios mediáticos. Às 20h15, à horas dos telejornais, Baltazar Aguiar regozijou-se por ter alertado o país "para a maior trafulhice política eleitoral".

A convocatória para a iniciativa política do PND tinha sido feita para a Rua do Ribeirinho, em frente ao 'Anadia', mas depressa António Fontes, Hélder Spínola, Eduardo Welsh, Baltazar Aguiar, Dionísio Andrade, Gil Canha, Joel Viana e Márcio Amaro ('Bexiga') rumaram ao JM.
Da declaração política à acção foi uma passo. Os candidatos, acompanhados pelos jornalistas tentaram aceder à redacção do JM. Os jornalistas foram expulsos do edifício pelo gerente-executivo, Rui Nóbrega, mantendo-se os candidatos no interior. Pela porta exterior do edifício foram visíveis empurrões.

Pouco depois, Rui Nóbrega veio pedir desculpa aos jornalistas e justificar a exaltação: "Eu nunca entrei na casa de ninguém sem permissão, não aceito nem admito", disse considerando a "intromissão abusiva, descarada, inadmissível" por não ter havido autorização prévia da gerência para aceder às instalações.
Lá dentro, os candidatos não arredaram pé e a PSP foi chamada ao local. Por volta das 12 horas, associou-se à luta do PND, o líder do PTP, José Manuel Coelho que estacionou o carro e passou a ser o 'speaker' da jornada. As televisões assentaram arraiais e fizeram directos. Populares e curiosos compuseram a Rua Fernão de Ornelas.

Pelas 12h30 um comunicado do PND reforça os motivos da iniciativa: "defender a pluralidade da informação e o fim da 'batota eleitoral'" fase à "omissão e cobardia de todos os responsáveis políticos nacionais".
Começaram as movimentações policiais. O chefe da PSP, António Carneiro veio clarificar que tecnicamente, os 8 elementos não estavam 'barricados' pois a redacção do JM estava a funcionar.

O cabeça-de-lista do PAN, Rui Almeida foi o segundo a solidarizar-se com a luta. Por ali passou também Raimundo Quintal. Os operacionais do PND que ficaram fora ostentaram uma faixa 'Abaixo a ditadura'. A carrinha da BIR posicionou-se ao cimo da Fernão de Ornelas e, entre os populares, elementos da PSP à paisana. Por volta das 15 horas chegou o comandante interno da PSP, Oliveira Martins que esteve cerca de uma hora mas não conseguiu convencer os manifestantes.
A comitiva do PS, liderada por Maximiano Martins, tentou mediar o conflito mas nem chegou a entrar nas instalações do JM. Fez uma declaração política e dirigiu-se ao Palácio de São Lourenço mas também não foi recebida por Ireneu Barreto.

A candidatura do BE, de passagem pela Fernão de Ornelas, solidarizou-se com a luta mas não com o método, responsabilizando Jardim por este tipo de episódios.
Por volta das 18h30, Tomás Freitas, do PND, levou comida aos 'barricados'. Até à hora da saída (20h15) houve negociações. Por essa hora os 8 elementos do PND saíram das instalações do JM com o braço no ar, com o V de vitória.

A Empresa JM (EJM) formalizou uma queixa-crime junto da PSP pela ocupação do edifício mas terá esbarrado numa questão formal uma vez que o legítimo proprietário do edifício é a Diocese do Funchal. Esta, por seu turno, por intermédio do comandante da PSP, manifestou a intenção de não apresentar queixa o que retirou à PSP a legitimidade para intervir usando a força. À noite a Diocese, explicou, em comunicado, por que não apresentou queixa.~

Fonte: DN Madeira

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