quinta-feira, 28 de abril de 2011

O caminho faz o destino. Se não mudarmos o nosso caminho não mudamos o nosso destino


















Hélder Spínola

"Já venho cá há longos anos e nunca vos consegui vender um único artigo"- desabafa um velho vendedor ambulante, depois de passar vezes sem conta com a sua carroça numa pequena aldeia encravada no meio das montanhas. "Então porque continua a passar por cá?"- pergunta uma jovem apenas interessada em copiar os modelos dos vestidos para costurar em casa. "É o caminho que conheço e o único que sempre tomei. Tinha esperança que um dia a minha sorte mudasse…"
Como é possível mudar o nosso destino sem mudar o caminho que tomamos? Vamos continuar agarrados a uma escolha que nos arrasta para o insucesso? Vamos acreditar mais uma vez que desta é que é? Que os mesmos farão melhor? Que deixarão os seus interesses para olhar pelos nossos? Ou vamos decidir ir por outro caminho? Fazer outras escolhas? Seguir outro destino?


O problema que afecta o país e a Madeira resulta de uma crise de valores. Aos políticos que temos escolhido para governar falta honestidade, humildade e seriedade. Falta-lhes empenho, competência e dedicação. Sem estes valores, está também ausente da governação a transparência, a justiça e a igualdade.

Partidos fechados

Nas comemorações da Revolução dos Cravos, a 25 de Abril, o ex-Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, alertou para o facto de termos "partidos fechados, com poucas ideias e pouco debate". Na verdade, as estruturas dos maiores partidos não são mais do que autênticas ditaduras, onde há censura e não há direito à opinião, como acontecia em todo o país antes do 25 de Abril. A estrutura partidária do PSD-Madeira é um exemplo claro de como um partido político pode ser o contrário da Democracia. Não há lugar a uma única voz dissonante. Quem não fala em coro com o chefe é logo marginalizado e afastado. É premiado o seguidismo e o lambebotismo em vez das ideias, da competência e do empenho. O PSD-Madeira até possui uma estrutura pidesca e controleira denominada de «comissão de sítio» que tem como fim vigiar os vizinhos para ir delatar aos chefes quaisquer sinais de desalinho com a unanimidade do Partido. Felizmente, por estar fechado e não se adaptar aos novos tempos, um partido como o PSD-Madeira tende a apodrecer por dentro e desmoronar-se como um castelo de cartas. Infelizmente, antes dessa queda natural, está a provocar profundos estragos na Madeira e Porto Santo e, por isso, se esperarmos mais tempo, ficaremos numa situação ainda pior.

Fonte: DN Madeira

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