domingo, 6 de março de 2011

Louçã pensa que basta a etiqueta da esquerda moderna para branquear o passado dos que hoje se disfarçaram no Bloco de Esquerda.


Francisco Louçã disse aos jornalistas que críticas do líder parlamentar do PS, Francisco Assis, o divertem e ripostou, acusando os socialistas de estarem incomodados por conviverem «tranquilamente» com «os regimes horrorosos» do Egipto e Tunísia.

Em entrevista à Antena 1, esta sexta-feira, Assis afirmou que no BE «convivem sectores da mais arcaica esquerda portuguesa», que «ficou associada a alguns dos mais horrorosos regimes que a Humanidade conheceu».

O deputado socialista e líder da bancada considerou que no Bloco tem «havido uma prevalência quase histórica da esquerda mais arcaica, mais fechada, mais distanciada da realidade contemporânea, que pouco aprendeu com as grandes lições do século XX» e defendeu que o BE «não tem prestado, no plano parlamentar, um grande serviço à esquerda portuguesa».

«A acusação de Francisco Assis é muito divertida», ironizou Francisco Louçã, em declarações aos jornalistas na sede do BE, em Lisboa, e citado pela agência Lusa.

O líder parlamentar do PS «sabe que o Bloco de Esquerda junta as pessoas que à esquerda têm a consciência de que todos os regimes da União Soviética, da China e os seus satélites, são uma desgraça para a luta pelo socialismo e pela democracia», prossegue o líder dos bloquistas. E esta é a razão que leva o BE ao «um compromisso firme de lutar pela democracia porque esse é o caminho para o socialismo».

«Eu percebo o incómodo de Francisco Assis. É que o camarada Mubarak, que fazia parte da Internacional Socialista, e o camarada Ben Ali [eram responsáveis por] ditaduras que foram derrubadas pelas revoltas populares, agora mesmo», disse, condenando a postura do PS em relação a estes dirigentes.

E o coordenador bloquista insiste nesta pedra no sapato dos socialistas: «conviviam tranquilamente, regimes horrorosos, com o Partido Socialista português, que se dava muito bem com eles».

«Eu creio que é preciso clareza na esquerda, em nome da defesa da população, da defesa da igualdade e da democracia, e isso tem sido o Bloco de Esquerda», afirmou Louçã.

Fonte:Portugal Diário

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