segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Na visita à feira do Santo da Serra, o candidato teve o apoio da mulher e das filhas.


O candidato presidencial José Manuel Coelho foi, ontem de manhã, à feira do Santo da Serra, afirmar que é por culpa de "artistas à portuguesa" como o actual Presidente da República que é muito difícil concretizar o seu sonho de tornar Portugal num "país justo, decente e onde os impostos dos cidadãos sejam aproveitados para o bem comum".

Sem rodeios, o político apoiado pelo PND colocou em causa a seriedade de Cavaco Silva e recordou um episódio da década de oitenta para sustentar as suas críticas. Segundo Coelho, naquela época o seu adversário nesta corrida presidencial acumulava ordenados na Universidade Católica e na Universidade Nova de Lisboa. Acontece que o reitor desta última instituição instaurou-lhe um processo disciplinar porque recebia ordenado mas "nunca dava aulas". Tal processo "acabou arquivado" na altura em que João de Deus Pinheiro era ministro da Educação.

"Aqui se vê o compadrio e o tráfico de influências. Como é que se pode admitir um senhor [Cavaco], que se proclama como modelo da virtude e que o país não pode viver sem ele ganhar as eleições, estar a receber sem trabalhar?", questionou o candidato madeirense, que considera que Cavaco Silva deve explicações aos portugueses.

Verdadeira oposição à ladroagem
Numa generalização das críticas, José Manuel Coelho assegurou que "Portugal está cheio de artistas à portuguesa, de Alves dos Reis [o mais famoso burlão português do séc. XX] , uns maiores e outros mais pequenos". No seu entender, é devido a esta forma de actuação nos cargos públicos "que a nossa economia está de rastos". Por isso mesmo, apelou aos portugueses para que escolham no dia 23 de Janeiro "um candidato que se oponha a esta ladroagem". "Isto é tudo um oportunismo, estes políticos que têm governado o nosso país só nos têm desgraçado", acrescentou.

Depois de ontem ter percorrido a feira onde recolheu boa parte das assinaturas que permitiram a sua candidatura, Coelho realiza esta manhã, pelas 10h00, uma acção em frente ao 'Jornal da Madeira', empresa controlada pelo Governo Regional. A campanha em território continental só prossegue na quarta-feira, com visitas programadas às principais cidades.

Cavaco com culpas na falta de fiscalização
O candidato presidencial José Manuel Coelho disse ontem que Cavaco Silva se auto-intitula como o "salvador" do país e que sem ele será o "dilúvio" mas responsabiliza-o por deixar que a maior parte das empresas públicas funcionem sem fiscalização.

"Em Portugal, existem 13.740 organismos públicos, desses só 1.724 é que apresentam contas e o Tribunal de Contas só consegue fiscalizar 418", alertou o candidato presidencial na acção de campanha no mercado/feira do Santo da Serra, no concelho de Santa Cruz. José Manuel Coelho insurge-se contra esta falta de fiscalização das empresas públicas e os prejuízos que elas acarretam para o país "mas o professor Cavaco Silva não fala delas e não se opõe a estes casos e no entanto arvora-se em salvador de Portugal, que sem ele será o dilúvio, que sem ele o país não anda".

Fonte: DN Madeira

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