domingo, 2 de janeiro de 2011

Coelho desafia Cavaco a excluir da sua Comissão de Honra administradores do BPN




José Manuel Coelho, candidato a Belém, lança repto a Cavaco para retirar Faria de Oliveira e Norberto Rosa da Comisão de Honra da sua candidatura

O candidato à Presidência da República José Manuel Coelho desafiou Cavaco Silva a afastar da Comissão de Honra da sua candidatura os administradores bancários que acusou de má gestão do BPN. Coelho, lembrando que o BPN, desde a sua nacionalização, é administrado pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) - a cujo conselho de administração preside Faria de Oliveira, tendo Norberto Rosa por vogal, também designado pela CGD membro da administração do BPN -, exige que "Cavaco Silva exclua da sua Comissão de Honra" os referidos administradores. Se não o fizer, concluiu o candidato madeirense, poderão "a Comissão de Honra ou esses mesmos administradores da CGD perder as réstias de honra que lhes sobram". E os portugueses, acrescentou, poderão passar "a concluir que o professor Cavaco Silva é um político igual aos outros: faz ataques pessoais em público, mas depois concerta tudo no segredo dos corredores do poder".

O candidato recorda ainda que Faria de Oliveira foi secretário de Estado do Comércio Externo e das Finanças e do Tesouro e também ministro do Comércio e Turismo nos governos de Cavaco Silva. E lembra que Norberto Rosa foi subdirector-geral da Contabilidade Pública e secretário de Estado do Orçamento em executivos chefiados pelo actual Presidente da República.

Os ataques de Cavaco à administração do BPN surgiram durante o debate frente-a-frente com Manuel Alegre, na passada semana. Na ocasião, o candidato a um segundo mandato na Presidência da República criticou os custos da nacionalização do banco e as sucessivas injecções de dinheiro do Estado - "há ali um problema de administração" - e recordou que, face às suas dúvidas sobre as medidas para salvar a instituição, o Governo e o Banco de Portugal asseguraram-lhe de que "essa era a única forma de impedir o descalabro financeiro do nosso sistema bancário".

Estas palavras obtiveram uma reacção da administração da CGD, que, em comunicado, qualificou as críticas como "injustas". Na mesma nota, a CGD manifestou-se disponível para prestar "toda a informação necessária" à Presidência, garantindo que a gestão do BPN "foi correcta, adequada, rigorosa e eficaz". Também o presidente do BPN e vice-presidente da CGD, Francisco Bandeira, afirmou estar "surpreso" com as afirmações de Cavaco, acusando-o de recorrer ao banco com objectivos eleitoralistas. O Governo recusou comentar as declarações, mas o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, apontou que o Presidente fez "uma acusação muito grave à actual administração da CGD."

Fonte:
Público

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