
Perante 100.000 pessoas, concentradas no Foro Itálico, em Palermo, o papa Bento XVI renovou ontem a condenação da Igreja Católica às práticas mafiosas tradicionais na Sicília; e horas depois foi mais explícito, num encontro com jovens: "Não vos deixeis sucumbir às tentações da Máfia, que é um caminho de morte, incompatível com o Evangelho."
"Não tenhais medo de dar testemunho, com clareza, dos valores humanos e cristãos, tão fortemente radicados na fé e na história deste território e da sua povoação", disse Bento XVI, que exortou a assistência a não se resignar com a violência do crime organizado.
"Na Sicília não faltam as dificuldades, os problemas e as preocupações. Penso em particular nos que vivem em condições de precariedade por causa da falta de trabalho, da incerteza quanto ao futuro e do sofrimento físico e moral", afirmou o Papa, na sua primeira deslocação à ilha, onde há 17 anos o seu antecessor João Paulo II tivera palavras duríssimas para com os mafiosos.
O ex-cardeal Ratzinger desiludiu inicialmente algumas pessoas por não ter sido demasiado específico. Preferiu falar essencialmente de uma forma subtil: "Quem se deve envergonhar são os que fazem mal à comunidade civil e religiosa com acções que não gosta que sejam tornadas públicas". Mas depois aproveitou um encontro com dezenas de milhares de jovens para ser mais frontal.
Bento XVI incitou os sicilianos, particularmente os jovens, a defenderem sem medo os valores humanos
O chefe da Igreja Católica evocou o padre Pino Puglisi, abatido a tiro em 1993, no dia em que completava 56 anos, precisamente devido ao seu profundo empenho num trabalho evangélico e social de que nem todos gostavam. E toda a homilia de ontem foi recheada de frases como a referência bíblica a "uma tremenda situação de violência".
Desde que Pugliesi foi morto, por andar a pregar contra a Máfia, pessoas como o realizador cinematográfico Giuseppe Tornatore têm solicitado a sua beatificação, mas o papa evitou ontem pronunciar-se sobre essa possibilidade, já admitida pelo arcebispo emérito de Palermo, cardeal Salvatore de Giorgi. A situação actual já não é exactamente a mesma da década passada, se bem que a Máfia continue a dedicar-se ao narcotráfico, à extorsão e a outras actividades ilícitas, controlando empresas às quais são adjudicadas a maior parte das obras públicas.
Fonte: Público
"Não tenhais medo de dar testemunho, com clareza, dos valores humanos e cristãos, tão fortemente radicados na fé e na história deste território e da sua povoação", disse Bento XVI, que exortou a assistência a não se resignar com a violência do crime organizado.
"Na Sicília não faltam as dificuldades, os problemas e as preocupações. Penso em particular nos que vivem em condições de precariedade por causa da falta de trabalho, da incerteza quanto ao futuro e do sofrimento físico e moral", afirmou o Papa, na sua primeira deslocação à ilha, onde há 17 anos o seu antecessor João Paulo II tivera palavras duríssimas para com os mafiosos.
O ex-cardeal Ratzinger desiludiu inicialmente algumas pessoas por não ter sido demasiado específico. Preferiu falar essencialmente de uma forma subtil: "Quem se deve envergonhar são os que fazem mal à comunidade civil e religiosa com acções que não gosta que sejam tornadas públicas". Mas depois aproveitou um encontro com dezenas de milhares de jovens para ser mais frontal.
Bento XVI incitou os sicilianos, particularmente os jovens, a defenderem sem medo os valores humanos
O chefe da Igreja Católica evocou o padre Pino Puglisi, abatido a tiro em 1993, no dia em que completava 56 anos, precisamente devido ao seu profundo empenho num trabalho evangélico e social de que nem todos gostavam. E toda a homilia de ontem foi recheada de frases como a referência bíblica a "uma tremenda situação de violência".
Desde que Pugliesi foi morto, por andar a pregar contra a Máfia, pessoas como o realizador cinematográfico Giuseppe Tornatore têm solicitado a sua beatificação, mas o papa evitou ontem pronunciar-se sobre essa possibilidade, já admitida pelo arcebispo emérito de Palermo, cardeal Salvatore de Giorgi. A situação actual já não é exactamente a mesma da década passada, se bem que a Máfia continue a dedicar-se ao narcotráfico, à extorsão e a outras actividades ilícitas, controlando empresas às quais são adjudicadas a maior parte das obras públicas.
Fonte: Público
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