quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Podemos ter os crucifixos nas escolas?


As razões para tirar os crucifixos nas escolas são principalmente duas. A primeira é que o Estado é laico e como as escolas são do Estado logo se segue que os crucifixos devem ser retirados das escolas.
A segunda razão é que a lei portuguesa defende a liberdade de cada um poder escolher e professar a religião que quiser. Daqui se segue, segundo alguns, que colocar os crucifixos nas escolas seria uma discriminação contra as outras religiões e uma imposição à força do Catolicismo.
Contra estas razões estabelecemos os seguintes princípios e verdades:

I
Nem o Estado, nem a Constituição podem ser laicos. Pelas leis da Constituição e do Estado, a Sociedade civil fica organizada para promover o bem comum de todos os cidadãos. Mas as leis da Constituição e do Estado não podem ser imposições arbitrárias, produzidas na base somente da vontade dos deputados, dos governantes ou mesmo do Povo e da maioria: de facto, a lei não é aquilo que eu quero, mas sim aquilo que devo querer e tenho direito a fazer. De onde, portanto, deve vir a Lei e o Direito para a Constituição e o Estado?
Vem precisamente do verdadeiro e real bem comum de todos e de todo o Povo, bem sem o qual a Sociedade não é possível nem justa. Este bem comum da Sociedade civil, da Constituição, do Estado e de todo o Povo, é Deus.
Porquê? Porque Deus é a Existência, a Vida, e fora Dele é o nada e portanto tudo o que existe ou venha a existir tem de ser com o Seu concurso! Os bens materiais, o dinheiro etc. não são realmente bens, são apenas utilidades, meios, para conseguirmos Deus, o único e verdadeiro Bem, precisamente porque só Ele é a Existência, a Vida, a Fonte de tudo e valorização de tudo, e sem Ele, o mal, a morte e todas as desgraças.
Portanto, sem religião, sem Deus, com ateus e laicos, tudo se detiora. Daqui se segue o primeiro mandamento da lei de Deus que é a primeira lei e fundamento de todas as outras leis humanas, quer da constituição, quer do Estado: “adorar a Deus e amá-Lo sobre todas as coisas”.
Mas esta Sociedade laica que temos, embora a nossa Constituição defenda a Vida, embora tal Sociedade rejeite Deus paradoxalmente, não fica sem a sua religião própria e o seu deus próprio que é adorar o dinheiro, o bezerro de ouro!

II
O crucifixo nas escolas não é discriminação contra alguma religião.O crucifixo, de si, não é nenhum dogma, é apenas um sinal dum facto histórico, fundamental para o conhecimento da nossa civilização.
Depois, a verdadeira religião não se opõe a nenhuma outra que seja também verdadeira, pois a verdade é só uma, nem a verdade se opõe a si mesma. Se, porém, o Estado ou a Constituição com a lei da liberdade religiosa pretende aprovar também as religiões falsas, significa isso que nenhuma religião teria valor algum, seria reduzir a religião à vida privada de cada um, ou seja, a um sentimentalismo subjectivo, sem valor de verdade, uma beatice irracional. Seria ser ateu e negar a verdade da lei natural e assim destruir o fundamento da lei da própria Constituição e do Estado, como provámos no número anterior.
Por último, lembramos aos inimigos do crucifixo que só na Igreja Católica há milagres verdadeiros que a distinguem das outras religiões como a única verdadeira. Lembramos até que o crucifixo existente na Sé, vindo do antigo convento de São Francisco do Jardim Municipal, fez para todos os madeirenses e para a nossa terra um grande milagre: perante todo o povo que enchica a igreja de S. Francisco baixou o braço para o povo e só no dia seguinte o fez retornar à sua posição anterior. este milagre vem narrado no livro do conhecido historiador Henrique Henriques de Noronha.

Pe. ORLANDO F. MORNA

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