Relatório do Tribunal de Contas, referente a 2008, destaca viagem à cidade de Reims, aluguer de automóveis com motorista, cuja média ascende aos cinco mil euros, entre outros custos. Mas a auditoria acaba sem ilegalidades a apontar.
Alberto João Jardim 'gastou' cerca de meio milhão de euros em viagens e representações realizadas no ano passado, segundo um relatório do Tribunal de Contas (TC) referente a 2008, divulgado ontem pelo Diário de Notícias da Madeira. Entre aluguer de automóveis com motorista (uma média de cinco mil euros por viagem), viagens, despesas de representação e alojamento, as deslocações oficiais do presidente do Governo Regional da Madeira custaram aos cofres públicos 500 mil euros.
As viagens de Jardim, que normalmente vai acompanhado de um assessor ou, no caso das deslocações mais longas, de membros do governo e familiares, custam em média oito mil euros e este ano, a conta já deve rondar os 40 mil. Desde Janeiro até Maio, o líder do executivo madeirense já passou quase 30 dias fora da Madeira, entre reuniões em Bruxelas, férias no Porto Santo e encontros partidários em Lisboa.
Mas é sobre o ano passado que a auditoria do TC se debruça, com algum destaque sobre uma viagem de sete dias - 26 de Maio a 1 de Junho, a cidade francesa de Reims. Jardim participou no XX Aniversário da Assembleia das Regiões Vitícolas da Europa, um evento que decorreu entre as 10h30 e as 14h30 do dia 31 de Maio de 2008. Quatro horas de trabalho, sete dias fora da Madeira.
A presidência do Governo Regional já emitiu um esclarecimento, acusando o Diário de Notícias da Madeira de fazer uma "campanha orientada contra o Dr. Alberto João Jardim, e explicando a viagem de 26 de Maio.
"Nos dias anteriores, decorreram em Estrasburgo a reunião plenária e reuniões sectoriais do Congresso dos Poderes Locais e Regionais do Conselho da Europa, a cuja delegação portuguesa o Dr. Alberto João Jardim preside", diz o comunicado. Como em Reims, decorreria uma reunião da organização europeia da vinha e do vinho, o Presidente do Governo deslocou-se até lá, "o que evitou a deslocação do Secretário Regional do Ambiente e Recursos Naturais", explica, concluindo que depois de apresentada a documentação a auditoria do TC acabou, sem ilegalidades a apontar.
Mesmo assim o relatório, que já levou o Grupo Parlamentar do PCP-Madeira a entregar na Assembleia Legislativa da Madeira um pedido de audição parlamentar a Alberto João Jardim, para que este explique as viagens ao estrangeiro, analisa ainda a visita do Presidente da República em Abril do ano passado. Menos de uma semana de Cavaco Silva na Madeira, que custaram ao Governo Regional 67.450 euros, entre almoços oficiais, aluguer de automóveis, seguranças e exposições. Neste último capítulo, o TC destaca os 4.900 euros pagos a um electricista, para que este ficasse de prevenção durante a exposição: entre os dias 17 de Abril e 31 de Maio.
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