O líder do PND da Madeira, Baltasar Aguiar, afirmou hoje que o secretário regional do Ordenamento, Santos Costa, deixou de ter condições políticas para continuar no cargo após as consequências da intempérie de 20 de fevereiro.
"No acidente de Entre-os-Rios, também provocado por um excesso de mau tempo, houve um ministro que veio logo assumir responsabilidades e se demitiu. A nosso ver, Santos Costa teve uma intervenção decisiva nos abusos de ordenamento registados na Madeira que agravaram as consequências da catástrofe pelo que deixou de ter condições políticas para continuar no cargo", considerou o dirigente.
Para Baltasar Aguiar, aquele secretário regional "permitiu a construção desregrada nas zonas altas em taludes, socalcos e junto a ribeiras, que não seria possível se na Madeira houvesse uma simples Carta de Riscos que definisse onde é impossível construir".
"Uma pessoa que podia ter aprovado esta carta de risco, cujos elementos já estão coligidos há muito tempo, e não o fez que condições tem agora para ajudar na reconstrução das zonas afetadas? As políticas erradas que agravaram a crise têm uma cara e um rosto, Santos Costa, que andou a brincar com as pessoas durante anos", apontou o líder do PND na Madeira.
O dirigente adiantou que o PND vai convocar, para tentar impedir que "a culpa morra solteira", um debate parlamentar de urgência na Assembleia Regional, com a presença de Alberto João Jardim, no qual irá não só defender que se apurem responsabilidades mas também propor um pacto alargado para a reconstrução, que estipule regras para a aplicação das verbas que hão de chegar à região e impeçam os erros do passado.
"Não contem com o PND para continuar com este manto de silêncio em que não se apuram responsabilidades", disse, lamentando que "enquanto os partidos da oposição deixarem de fazer política em respeito pelas vítimas do temporal o Governo Regional tenha continuado a fazê-la".
"O presidente do Governo Regional disse 'ai de quem faça política nestes dias' e falou mesmo de 'canalhas', mas pouco depois estava já a afirmar que se não fosse ele o Funchal teria sido arrasado. Agora é importante apurar responsabilidades políticas pelas mortes e pelos danos registados", disse Baltasar Aguiar.
Fonte: Lusa
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