Um homem deprimido e afectado psicologicamente pela invasão ao Iraque, é assim que Andrew Rawnsley do Observer descreve o antigo primeiro-ministro Tony Blair, a meio do seu segundo mandato, que chegou a confessar ao seu vice, John Prescott, e a Gordon Brown, na altura com a pasta das Finanças, a possibilidade de se demitir.
Esta informação explosiva é revelada no novo livro The End of the Party, que estará a partir desta Segunda-feira nas livrarias. De acordo com Rawnsley, Tony Blair ficou mais abalado do que aquilo que inicialmente tinha sido afirmado pelo próprio. As consequências da invasão do Iraque terão contribuído para um acentuado declínio físico e psicológico de Blair, que terá partilhado com amigos as perturbações que o afectavam, nomeadamente, as várias vezes que acordava durante a noite com suores frios.
Segundo o livro de The End of the Party, o primeiro-ministro vivia atormentado pelos acontecimentos sangrentos que iam ocorrendo diariamente no Iraque, mergulhando num autêntico estado de depressão. De tal forma que os membros do staff mais próximo de Blair tentaram evitar que o enviado especial britânico ao Iraque, Sir Jeremy Greenstock, fosse a Downing Street para apresentar um relatório que se esperava duro e que podia precipitar o colapso mental do primeiro-ministro.
A situação era de tal forma grave que Blair terá mesmo informado Brown e Prescott, entre Novembro 2003 e a Primavera de 2004, que ia abdicar da liderança do Governo em prol do primeiro.
No entanto, com a ajuda da sua mulher, Cherie, e dos seus amigos políticos mais próximos, Blair acabou por conseguir recuperar, adiando por mais algum tempo a concretização da ambição de Brown.
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