domingo, 28 de fevereiro de 2010

MADEIRA


















Exmos (as) Senhores (as)

Creio ser a primeira vez, desde que me iniciei nestas coisas da net, que envio um email para todos os meus contactos. E um email sobre uma questão pública. As minhas desculpas se por acaso os incomodo.

Mas faço - o por um imperativo de consciência. Creio que há momentos em que não devemos calar a revolta, nem pactuar pelo silêncio com a ausência de informação rigorosa.

Conheço, até por motivos familiares, a Madeira. Como qualquer português, e como qualquer cidadão, fiquei chocado com a tragédia ocorrida. À distância e sempre com muita preocupação fui acompanhando, passo a passo, os acontecimentos. E ainda à distância, mesmo que encurtada pelos diários contactos telefónicos com familiares e amigos, fui sendo informado sobre o verdadeiro alcance do choque que afectou os Madeirenses. Primeiro os que perderam pessoas, depois os que perderam bens, depois ainda todos os outros que incrédulos assistiram ao desabar da sua Terra querida.

A catástrofe foi brutal e a força com que essa brutalidade se manifestou foi de uma crueldade inimaginável. Nenhuma dúvida a este propósito pode existir e eu não a tenho. Todavia há erros humanos que aumentaram as consequências da tragédia e que foram praticados, ano após ano, pelos responsáveis públicos. Os mesmos que agora não têm a coragem, a honestidade, o sentido ético de assumir o que de negativo fizeram. Centenas e centenas de casas feitas com o patrocínio de Câmaras e Juntas, edifícios públicos construídos em locais inseguros, aterros de terra feitos sem critério ( já alguém perguntou se a causa de desabamento da chamada Capela das Babosas está apenas na chuva e no vento?), ribeiras estreitadas, etc, etc, etc.

Estranho que não se dê a este assunto a atenção devida e que a comunicação social presente no local não investigue, não indague, não interrogue. E lamento que quem permitiu e patrocinou tudo quanto de negativo foi feito, lave as mãos como Pilatos. Só que as mãos serão lavadas em lama, não em água.

E para terminar gostaria de os convidar a ver um vídeo (uma reportagem da SIC feita há dois anos).

Podem consultar http://arevoltapt.blogspot.com

Enquanto nos calamos e sistematicamente encolhemos os ombros, dificilmente conseguiremos adquirir o estatuto de Cidadãos.

Atenciosamente

Manuel Monteiro

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