Presidente do governo açoriano aconselha Jardim a poupar nas despesas correntes
O presidente do PS/Açores, Carlos César, considerou hoje "completamente ridículos" alguns argumentos apresentados por Alberto João Jardim para justificar um aumento de verbas para a Madeira na Lei das Finanças Regionais, aconselhando-o a poupar nas despesas correntes.
"Não quero ofender Alberto João Jardim, mas alguns argumentos (que apresentou para o aumento das transferências para a Madeira) são completamente ridículos", afirmou Carlos César, em declarações aos jornalistas em Ponta Delgada. Referindo-se em concreto ao argumento do líder madeirense relacionado com os custos da orografia, o também presidente do governo açoriano considerou que é uma questão que "já foi ultrapassada graças a acção de Alberto João Jardim, que furou montanhas e fez túneis em todos os lados".
"Nós (nos Açores) temos portos e aeroportos que exigem um grande manancial financeiro para o funcionamento e são afectados periodicamente por tempestades. Não há comparação possível", defendeu.
No mesmo sentido, considerou que "também não tem comparação possível o gasto em despesas correntes na Madeira e nos Açores".
"É uma diferença que deve fazer pensar Alberto João Jardim. Devia pensar porque gasta o seu governo tanto em despesas correntes, acima do que me parece razoável", afirmou. Para Carlos César, "se (o governo madeirense) poupasse um pouco mais nas despesas correntes, talvez não precisasse de ter mais na Lei das Finanças Regionais".
Nas declarações que prestou aos jornalistas, o líder socialista açoriano reafirmou a posição relativamente à revisão da Lei das Finanças Regionais, frisando que os Açores têm revelado "contenção na despesa pública", mas têm custos superiores aos da Madeira devido à dispersão por nove ilhas.
"Não é fundamental para os Açores ter mais dinheiro, não olhamos o país como um sítio de onde vem sempre mais dinheiro, mas dizemos com muita firmeza que o Estado tem o dever de tratar as regiões conforme as suas necessidades e uma região com nove ilhas tem mais necessidades do que uma com duas", afirmou Carlos César.
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