
Com 79 anos de idade, morreu, recentemente em Lisboa, onde se encontrava doente, o nosso conterrâneo Professor José de Oliveira Melim. Natural da freguesia de Câmara de Lobos, ele dedicou toda a sua vida aos outros, primeiro como Professor Primário do Ensino Básico (do 1º ciclo) depois como Professor de Educação Física do Ensino Básico (do 2º ciclo). Mais tarde pela sua experiência profissional e competência é chamado para como Professor da Escola do Magistério Primário, tendo desenvolvido também aí um papel preponderante. Em 1983 é eleito Presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos tendo cumprido o seu mandato de forma exemplar, com honestidade e brio, ouvindo sempre com muita atenção os munícipes nos seus múltiplos problemas. Munícipes que nutriam por ele uma admiração enorme e muito carinho. Em 1986 assume o cargo de Director Regional da Administração Pública, sendo nomeado mais tarde Inspector da Secretária Regional de Educação.
Não há dúvida de que o professor Arlindo Melim era uma figura muito prestigiada e querida não só daqueles que de perto com ele lidaram, mas também pelos pais dos seus alunos. Recordo vê-lo atravessar as ruas da cidade com as crianças e tão pacientemente ensiná-las a lidar com os sinais de trânsito, inclusivamente pô-las a orientarem o trânsito. Era uma pessoa de uma extrema simplicidade, sempre amável e gentil com os demais. Como madeirense amava e defendia a sua terra e exaltava sobretudo a sua autonomia. Tinha um grande orgulho em ser madeirense.
Casado, há 54 anos, com a Professora Maria Teresa Joana de Freitas Melim era pai de Ana Cristina e do Adalberto. Um Chefe de Família que com o seu verdadeiro sentido cristão viveu para os familiares, incluindo os seus três netos Frederico, Vasco e Anais que constituíam toda a sua verdadeira família.
Em homenagem ao seu Pai, a filha Ana Cristina, Professora do Ensino Secundário em Lisboa escreveu dois poemas:
“Dor desmesurada” e “Requiem ao meu Pai” que a seguir publicamos; Dor desmesurada – Dói muito/quando tu perdes o norte, /quando a luz/do teu caminho/se confunde com a escuridão, /quando a esperança/muda o seu registo, /de verde/ torna-se parda, quase cinza …/Dói demais/quando te vejo/e não te reconheço, /quando anseio/pelos momentos que se esfumaram/quando desejo/o teu ser total…/e já não estás! /Dói nas entranhas/quando clamo/a tua presença/e já não te encontro…/Dói mesmo/… desmesuradamente! /Mas … ainda dói mais/quando olho/para a tua cadeira, /para o teu sofá favorito/e já não te vislumbro…/Quando te quero/convidar a passear/e já não lá estás…/Quando procuro/a tua mão para acariciar/e não a encontro mais, /quando busco/a tua face/para encher de beijinhos/… e não a encontro! /Quando te quero sussurrar/“Amo-te, Pai!”/E só posso dizê-lo em pensamento…/Mas, Querido Pai, /não podia ser egoísta/E reter-te … à minha beira/Quando tinhas de partir! /Sei realmente/ (e esta é uma verdade sentida/com força inigualável!):/dentro do meu ser/habitarás/o meu coração/… para todo o SEMPRE!!!
Requiem ao meu Pai – Meu Pai Querido, /virei regar as tuas flores, /irei sempre beijar a tua alma …/Sei que irás sentir a minha presença! /Que a terra fria/não seja fria demais/para o teu corpo resistente/ que sucumbiu ao sofrimento! /Sei, meu Querido Pai, /que vais deixar a tua última morada terrena/e serás o meu anjo da guarda/em permanente companhia …/Sei que me irás acompanhar/para todo o sempre, /Meu Pai, /jamais me irás abandonar/porque és parte de mim! / É fundamental saber/que estarás sempre comigo/para continuar a sorrir…/Também sou parte de ti, /por isso podes crer/que sempre estarás vivo, /até… eu fechar os olhos/por toda a eternidade! …/ Esperas por mim, / Meu Querido Pai?
Fonte:http://www.jornaldamadeira.pt/not2008_12.php?Seccao=12&id=139684&sup=0&sdata=2009-12-05
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