O líder do PSD/M insultou Baltasar Aguiar no debate do orçamento regional de 201O. Com o PS/M a clamar contra uma dívida de 5 mil milhões de euros, considerada "uma desgraça"
Com a devida vénia ao Diário de Notícias
Jaime Ramos, líder da bancada do PSD/M, chamou "vadio" e "drogado" a Baltasar Aguiar depois de o deputado do PND afirmar que a Madeira se encontra "na mão de duas ou três famílias (…) uma delas está dentro desta sala (parlamento)". Para Baltasar Aguiar "o insulto soez de Jaime Ramos revela o que se passa nesta região", afirmou ao DN.
O episódio aqueceu o debate em torno do Orçamento regional para 2010, no valor de 1.531 milhões de euros, com a oposição a acusar o governo de empolar receitas e manter a aposta no endividamento. Carlos Pereira, deputado do PS, aproveitou para publicitar os números da "desgraça", uma dívida global que "ultrapassa os 5 mil milhões de euros", disse.
Mas o mais estranho foram os 3 minutos dados a mais ao PSD para responder aos socialistas quando já tinham esgotado o tempo de intervenção. Neste debate, Alberto João Jardim só assistiu ao discurso do secretário do Plano e Finanças e saiu.
Entretanto, a controvérsia voltou à ordem do dia. Após a aprovação do aumento de endividamento em 79 milhões de euros pela AR, já depois de o Ministério das Finanças ter autorizado um empréstimo de 50 milhões, o que totaliza 129 milhões de euros, Ventura Garcês, enviou ao Ministro das Finanças, no início do mês, novo pedido de autorização, desta vez, para um empréstimo de mais 34 milhões de euros para projectos co-financiados.
Ou seja, o governo regional quer manter o montante inicial previsto de 163 milhões de recurso ao crédito. O Ministério das Finanças, dirigido por Teixeira dos Santos, já fez saber que mais dinheiro iria sobrecarregar a dívida pública, sujeita a limites impostos por Bruxelas, no Programa de Estabilidade e Crescimento. Neste contexto, Carlos Pereira, deputado do Partido Socialista da Madeira, lembrou que 40% das receitas previstas são endividamento, reiterando que "a dívida ultrapassa 110% do PIB", dados que contrariam os oficiais.
Carlos Pereira considera "irresponsável" se o governo der seguimento a "mais um empréstimo de 500 milhões de euros no quadro da operação Via Madeira", concessionária de serviço público rodoviário.
por LÍLIA BERNARDES
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