ANTÓNIO CRUZ
ABCRUZ291@GMAIL.COM
Perdi-me completamente do meu país!
Já não reconheço o Portugal que me foi ensinado nas carteiras de madeira da escola primária que frequentei com brio e vontade de aprender.
Aprender os rios (onde hoje correm águas escuras e poluídas).
Aprender as serras (que hoje se apresentam queimadas pela ganância).
Aprender as cidades (que hoje pouco mais são que um aglomerado de cimento, criminalidade, insegurança, entrepostos de droga, caos e falta de identidade).
Aprender as ramificações ultramarinas que enchiam (tantas vezes mal) o orgulho do nosso povo e os cofres do Estado Novo.
Aprender o português.
Já não reconheço o Portugal que me foi ensinado nas carteiras de madeira da escola primária que frequentei com brio e vontade de aprender.
Aprender os rios (onde hoje correm águas escuras e poluídas).
Aprender as serras (que hoje se apresentam queimadas pela ganância).
Aprender as cidades (que hoje pouco mais são que um aglomerado de cimento, criminalidade, insegurança, entrepostos de droga, caos e falta de identidade).
Aprender as ramificações ultramarinas que enchiam (tantas vezes mal) o orgulho do nosso povo e os cofres do Estado Novo.
Aprender o português.
Que hoje é gramaticalmente adulterado por imposição do “(des)acordo ortográfico para o qual não foi chamada a minha opinião, nem a de milhões de portugueses.
Confesso que hoje tenho dificuldade em reconhecer o meu país.
Não sei o que é feito do Zeca Afonso, do José Mário Branco, do Ary dos Santos. Porque não voltaram outros como eles.
Não sei o que é feito de Sá Carneiro, de Álvaro Cunhal, de Mário Soares. Porque não voltaram outros como eles.
Não sei o que é feito da Sophia Mello Breyner ou da Natália Correia. Porque não voltaram outras como elas.
Não sei o que é a selecção nacional de futebol. Porque está cada vez mais internacionalizada.
Já não me lembro do que é o escudo, essa moeda que representava tanta da História do meu Portugal.
Algures na década de 80 Portugal perdeu-se a caminho de um profundo e inevitável abismo. Por mor do cavaquismo, do guterrismo, do novo-riquismo.
Perdeu a capacidade de intervir. Perdeu a capacidade de ser autónomo e independente. Perdeu a capacidade de influenciar, se é que algum dia a teve…
Perdeu-se nas malhas dos interesses europeístas que não olham a meios para atingir fins.
Perderam-se os ideais cantados ao vento, que já não me traz boas notícias.
Já quase ninguém é solidário. Já quase ninguém põe os “pontos no iis”.
Já quase ninguém é corajoso e faz dessa arma uma bandeira de revolta, inquietude ou irreverência.
Portugal acomodou-se, abandonou-se e prostitui-se.
Entrou em apoplexia cívica, ética e moral.
Hoje já não existem políticos que galvanizem, que provoquem multidões, que sejam de esquerda ou de direita. É quase tudo ao centro…
Hoje impera o ciúme, a inveja, a desonestidade, a pasmaceira, o crime de colarinho branco-rosa-lilás.
Os portugueses afastaram-se de Portugal. Afastaram-se do humanismo, do altruísmo, do amor pelo próximo, da sensibilidade, do saber observar, do saber ouvir, do saber falar.
Hoje, o resultado, mostra-nos gente egoísta, gente insensível, gente desumana, gente indiferente.
Que carrega o infortúnio de ter nascido neste pedaço de terra. O tal jardim à beira-mar plantado. Hoje transformado em lixeira ou vazadouro de princípios. Tantas vezes escarrador de ocasião.
É por isso que Portugal é hoje um país maioritariamente de maus profissionais. De gente desalentada, desencantada, desajeitada, desconfiada, deseducada, desinformada.
É por isso que Portugal é hoje um país doente e podre na essência da sua raça.
É por isso que Portugal é hoje um país sem futuro.
Cujo desgraçado curriculum ostenta uma Casa Pia, um Apito Dourado, um Freeport, uma Face Oculta e tantos outros nomes feios que continuarão a surgir.
Porque está-nos na essência sermos assim. Desonestos, inimputáveis, arrogantes, soberbos, teoricamente maus! Definitivamente pobres de espírito.
Mas cada povo tem o que merece: políticos corruptos, empresários corruptos, dirigentes desportivos corruptos, religiosos corruptos, desportistas corruptos, profissionais de justiça corruptos, profissionais das forças policiais corruptos.
É esta a herança que irei deixar à pobre da minha filha.
Que continuarei a educar no sentido de deixar para trás este triste fado que foi o de nascer em Portugal. E de nele crescer.
E assim como eu existem tantos a educar as próximas gerações para a debandada geral.
Porque neste país já ninguém acredita. Apenas os que ainda sentem, porque afinal são filhos de boa gente!
Essa gente Lusitana que já os romanos diziam ser um povo ingovernável.
Confesso que hoje tenho dificuldade em reconhecer o meu país.
Não sei o que é feito do Zeca Afonso, do José Mário Branco, do Ary dos Santos. Porque não voltaram outros como eles.
Não sei o que é feito de Sá Carneiro, de Álvaro Cunhal, de Mário Soares. Porque não voltaram outros como eles.
Não sei o que é feito da Sophia Mello Breyner ou da Natália Correia. Porque não voltaram outras como elas.
Não sei o que é a selecção nacional de futebol. Porque está cada vez mais internacionalizada.
Já não me lembro do que é o escudo, essa moeda que representava tanta da História do meu Portugal.
Algures na década de 80 Portugal perdeu-se a caminho de um profundo e inevitável abismo. Por mor do cavaquismo, do guterrismo, do novo-riquismo.
Perdeu a capacidade de intervir. Perdeu a capacidade de ser autónomo e independente. Perdeu a capacidade de influenciar, se é que algum dia a teve…
Perdeu-se nas malhas dos interesses europeístas que não olham a meios para atingir fins.
Perderam-se os ideais cantados ao vento, que já não me traz boas notícias.
Já quase ninguém é solidário. Já quase ninguém põe os “pontos no iis”.
Já quase ninguém é corajoso e faz dessa arma uma bandeira de revolta, inquietude ou irreverência.
Portugal acomodou-se, abandonou-se e prostitui-se.
Entrou em apoplexia cívica, ética e moral.
Hoje já não existem políticos que galvanizem, que provoquem multidões, que sejam de esquerda ou de direita. É quase tudo ao centro…
Hoje impera o ciúme, a inveja, a desonestidade, a pasmaceira, o crime de colarinho branco-rosa-lilás.
Os portugueses afastaram-se de Portugal. Afastaram-se do humanismo, do altruísmo, do amor pelo próximo, da sensibilidade, do saber observar, do saber ouvir, do saber falar.
Hoje, o resultado, mostra-nos gente egoísta, gente insensível, gente desumana, gente indiferente.
Que carrega o infortúnio de ter nascido neste pedaço de terra. O tal jardim à beira-mar plantado. Hoje transformado em lixeira ou vazadouro de princípios. Tantas vezes escarrador de ocasião.
É por isso que Portugal é hoje um país maioritariamente de maus profissionais. De gente desalentada, desencantada, desajeitada, desconfiada, deseducada, desinformada.
É por isso que Portugal é hoje um país doente e podre na essência da sua raça.
É por isso que Portugal é hoje um país sem futuro.
Cujo desgraçado curriculum ostenta uma Casa Pia, um Apito Dourado, um Freeport, uma Face Oculta e tantos outros nomes feios que continuarão a surgir.
Porque está-nos na essência sermos assim. Desonestos, inimputáveis, arrogantes, soberbos, teoricamente maus! Definitivamente pobres de espírito.
Mas cada povo tem o que merece: políticos corruptos, empresários corruptos, dirigentes desportivos corruptos, religiosos corruptos, desportistas corruptos, profissionais de justiça corruptos, profissionais das forças policiais corruptos.
É esta a herança que irei deixar à pobre da minha filha.
Que continuarei a educar no sentido de deixar para trás este triste fado que foi o de nascer em Portugal. E de nele crescer.
E assim como eu existem tantos a educar as próximas gerações para a debandada geral.
Porque neste país já ninguém acredita. Apenas os que ainda sentem, porque afinal são filhos de boa gente!
Essa gente Lusitana que já os romanos diziam ser um povo ingovernável.
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