quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Nem cravos, nem estátua

















































João Carlos Gouveia elogiou a campanha eleitoral do PND, sobretudo a presença nas inaugurações de Jardim.
Foi necessário mais de ano e meio de espera, mas a única proposta apresentada pelo PND, desde o início da legislatura (Junho de 2007), lá acabou por ser debatida e reprovada.

O Partido da Nova Democracia pretendia que fosse construída uma estátua de Alberto João Jardim, com 50 metros, para colocar no porto do Funchal. Uma brincadeira "contra um regime que brinca com os madeirenses há mais de 30 anos", justifica Baltasar Aguiar.

Num plenário em que se esgotou a ordem de trabalhos, este foi o último ponto debatido e também o mais rápido. Mesmo assim, ainda motivou algumas trocas de 'bocas' e um pequeno 'incidente, entre a Mesa e o líder parlamentar do PSD. Baltasar Aguiar pretendia saber qual a razão para que a sua proposta fosse sempre a última da agenda e Jaime Ramos aconselhou a Mesa a não responder. Miguel Mendonça não gostou do conselho do secretário-geral do seu partido e lembrou a Ramos que não era a bancada do PSD que orientava a Mesa da Assembleia.

Passada a troca de argumentos, a estátua acabou rejeitada pela maioria - Jaime Ramos disse que o PND não tem "dignidade para propor homenagens" - e nem os outros partidos da oposição acompanharam a Nova Democracia.

Gouveia elogia Baltasar

O PND também foi o centro das atenções, logo no início dos trabalhos, embora de forma indirecta. Numa intervenção em que começou por justificar o voto do dia anterior, a favor da alteração da lei das finanças regionais, porque o PS pretende "mudar a lei", João Carlos Gouveia analisou as últimas eleições, autárquicas e legislativas nacionais.

O líder socialista responsabilizou José Sócrates pelos maus resultados do PS-M e elogiou, várias vezes, a campanha realizada pelo PND. "Um exemplo", segundo Gouveia, de que a luta pelo "Estado de direito" tem efeitos positivos. Escutas e 25 de Abril Um voto de protesto do PSD, contra o envolvimento da Madeira no caso das escutas a Belém, em que era denunciada a presença de um 'espião' do Governo da República na comitiva de Cavaco que esteve na Madeira em Abril de 2008 e criticado o comportamento da comunicação social, também dividiu o plenário.

A oposição considerou que o voto não tinha sentido e o PCP, através de Leonel Nunes, lembrou que o caso das escutas foi uma "iventona" que partiu de Belém e teve reflexos eleitorais "contra quem a promoveu".

Na discussão dos pontos da ordem de trabalho, de destacar mais uma 'chumbo' do PSD a uma proposta para realização de uma sessão solene do 25 de Abril.

Toda a oposição acusou a maioria de conviver mal com a democracia e com a Revolução dos Cravos. Jaime Ramos repetiu os argumentos do PSD-M que considera que as cerimónias devem realizar-se na Assembleia da República.

O líder parlamentar social-democrata também acusou o PS de controlar a comunicação social, que não refere que "nos Açores também não há sessão solene".

Como votaram

Voto de protesto pelo caso das escutas a Belém (PSD) - aprovado, com votos a favor do PSD, abstenção do MPT e votos contra dos restantes partidos.

Prémios de produtividade nas Finanças (GR) - aprovado por unanimidade.

Cabaz de bens para 2010 (PCP) - rejeitado, com votos contra do PSD e votos a favor de toda a oposição.

Sessão solene do 25 de Abril (BE) - rejeitado, votação igual à anterior.

Abertura de vagas de serviço social e psicólogos no Serviço Regional de Saúde (MPT) - rejeitado, votação igual à anterior.

Quantificação dos prejuízos causados pelo pombo trocaz (PCP) - igual à anterior.

Estátua de Alberto João Jardim (PND) - rejeitada, com votos contra do PSD, voto a favor do PND e abstenção dos outros partidos.


Jorge Freitas Sousa

Fonte:http://www.dnoticias.pt/default.aspx?file_id=dn04010101221009

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