terça-feira, 14 de abril de 2009

Carlos Pereira reclama plano anti-crise para combater o flagelo















O economista diz que o Governo de Alberto João Jardim é insensível e incapaz de apresentar soluções para minimizar os efeitos nefastos do flagelo social. E, mesmo assim, nem um orçamento rectificativo “foi capaz de apresentar”, tendo o “descaramento” de votar contra a proposta do PS-M, “obrigando os madeirenses a passar mais dificuldades”, critica, lamentando, contudo, que a Madeira seja a única região do mundo que não tem um plano anticrise. Para Carlos Pereira, os governantes, todos eles, na conjuntura actual têm dois níveis de responsabilidade: em primeiro lugar assumir as consequências das suas opções de política económica do passado; e em segundo lugar demonstrar capacidade para apresentar medidas que minimizem os efeitos das dificuldades
nas famílias e empresas. No entender do economista, o Governo Regional (GR) do PSD falhou nestes dois aspectos, algo que já não é novo, nem consequência da crise internacional, mas que se arrasta desde 2004. “Por um lado, as decisões dos últimos anos conduziram a Madeira para um beco cada vez mais estreito ao nível da sustentabilidade do seu desenvolvimento onde as pessoas vivem pior que em outras regiões do país, onde o desemprego não pára de crescer, onde a pobreza cresce, onde as falências são devastadoras, onde o investimento privado arrefeceu em virtude de políticas erradas na (ausência) dinamização da competitividade do sector privado, onde a distribuição de rendimento é desajustada, onde as famílias pagam mais impostos que noutras partes do país e em que têm menos rendimento disponível e onde as empresas têm menos apoios que no continente”, disse, indignado. A verdade, no entanto, é que “tudo piora” agora porque o Governo de Alberto João Jardim “mostra uma insensibilidade e uma incapacidade” para apresentar soluções para inverter os indicadores da actual conjuntura económica. Aliás, prosseguiu, a Madeira deve ser “a única região no mundo que não tem um plano anti-crise” e, mesmo assim, nem um orçamento rectificativo “o PSD-M foi capaz de apresentar”, tendo o “descaramento”, como fez questão de referir, de votar contra a proposta do PS-M, “obrigando os madeirenses a passar mais dificuldades”. “O que se passou é que o contexto internacional colocou a nu todos os erros de política do PSD: endividamento excessivo e irresponsável, investimentos errados, desperdício intolerável e defesa de interesses particulares penalizando a população em geral (continuamos a pagar os impostos mais caros, porque Jardim não quer acabar com o monopólio do Porto, perdemos 500 milhões de euros porque o presidente do GR não quer um novo modelo de exploração da Zona Franca)”, reforçou.
Dívida “catastrófica”
Carlos Pereira aproveitou as críticas para recordar que a dívida da Região ascende a 5.000 milhões. Ou seja, avançou, superior ao próprio PIB (Produto Interno Bruto) da RAM. A situação que denominou “catastrófica” e outras acima mencionadas pelo economista levam-no a dizer que a solução da Madeira passa “ou por uma mudança séria e consistente na política económica” do Governo do PSD-M, algo que, na sua opinião, é “muito difícil de acontecer face à intransigência e incapacidade demonstrada”, ou por uma mudança de governo com novos paradigmas e novas opções. Face ao rol de inaugurações que ultimamente tem ocorrido em força, Carlos Pereira disse que o chefe do executivo madeirense tem um problema que não é capaz de disfarçar: “sem obra física não sabe o que fazer e, como diz o povo, anda às aranhas”. “Essa é a razão pelo qual a exaltação de supostos demónios que perseguem a Madeira está ao rubro, de modo a desviar as atenções da sua medíocre governação. O meu único conselho a Jardim é como não tem nada de verdadeiramente estruturante para mostrar aos madeirenses, inaugure a pobreza, o desemprego, as falências, a miséria, o descalabro urbanístico, na verdade, tudo isto é da sua responsabilidade”, rematou.
S.G


Com a devida vénia (Diário Cidade)

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