terça-feira, 31 de março de 2009

Eu apoio a decisão de D. Jorge Ortiga

Preservativo

D. Jorge Ortiga defende declarações do Papa












O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, lamentou hoje, no Porto, que "o pensamento do Santo Padre esteja a ser maltratado" na questão do uso do preservativo.

"No contexto em que as suas palavras foram pronunciadas, há uma mensagem muito mais vasta que Portugal não quis ouvir", sustentou D. Jorge Ortiga, referindo-se à mensagem transmitida pelo Papa Bento XVI durante a sua recente viagem oficial ao continente africano.

Nessa sua mensagem, o Papa disse que a Sida não se combate só com dinheiro "nem com a distribuição de preservativos que, ao contrário, aumentam o problema".

À margem do Seminário Nacional Espiritualidade no Hospital, a decorrer até quarta-feira, no Hospital de S. João, no Porto, D. Jorge Ortiga escusou-se a comentar a posição entretanto assumida por responsáveis da Igreja Católica portuguesa, considerando que "é tempo de olharmos para outras dimensões e não reduzirmos uma mensagem tão vasta".

Responsáveis da Igreja Católica portuguesa admitiram que "em condições extremas" os preservativos podem ajudar a resolver o problema da sida, ressalvando, porém, que o combate à epidemia passa "antes de mais pela educação" do que pela utilização de contraceptivos.

O bispo do Porto, D. Manuel Clemente, defendeu que "a grande solução" para o problema da sida "é comportamental", sendo o preservativo um "expediente" que poderá ter "o seu cabimento nalguns casos".

"Expedientes são expedientes, mas a grande solução para o problema da sida, como para outro tipo de problemas, tem que ser comportamental e portanto não devemos confundir o que é um expediente e o que é a solução. São coisas diferentes", sustentou D. Manuel Clemente.

Num comunicado disponível no site da sua diocese, o Bispo de Viseu, Ilídio Leandro, defendeu que quando os doentes infectados com Sida têm uma vida sexual activa têm uma "obrigação moral de se prevenir e de não provocar a doença na outra pessoa".

"Aqui, o preservativo não somente é aconselhável como poderá ser eticamente obrigatório", afirmou o bispo, alegando, no entanto, que o Papa tem defendido a sua doutrina e que é natural que não afirme que "banaliza o valor, o sentido e a vivência da sexualidade".

Também o bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, defendeu que "proibir o preservativo é consentir na morte de muitas pessoas" e que as pessoas que aconselham o Papa deviam ser "mais cultas".

Com a devida vénia: Diário de Noticias Lisboa

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