segunda-feira, 30 de março de 2009

C.ª de Lobos já gastou os quatro milhões

A nova biblioteca levou um quarto do dinheiro pedido emprestado à banca

Dos quatro milhões de euros que Câmara de Lobos pediu à banca, no final do ano passado, já só sobra a dívida. O empréstimo já foi todo usado para pagar 18 obras, algumas das quais recentemente inauguradas por Alberto João Jardim.

A maior parte do dinheiro foi gasto para pagar a comparticipação autárquica da construção da nova biblioteca municipal. Foi mais de um milhão de euros, para viabilizar um projecto cujo orçamento ultrapassa os quatro milhões. A biblioteca está praticamente pronta e, em breve, deverá estar à disposição de Jardim, para mais um acto inaugural.

Os quatro milhões pedidos pela equipa de Arlindo Gomes viabilizaram investimentos superiores a 22 milhões de euros.

Dos 18 projectos concretizados, apenas quatro não são estruturas viárias. Além da nova biblioteca municipal, contam-se a construção de instalações de apoio à manutenção de espaços públicos e jardins, a colocação de abrigos de paragem em todo o concelho e a recuperação de espaços públicos junto à igreja do Garachico. Estes três investimentos representam 347 mil euros do empréstimo contraído.

Neste momento, a autarquia câmara-lobense tem um conjunto de outras obras em curso, para as quais existe cabimento orçamental, mas não está garantido o dinheiro.

No final do ano passado, quando o orçamento do município para o ano em curso foi a aprovação pela Assembleia Municipal, Arlindo Gomes admitiu a possibilidade de ser necessário recorrer a novo empréstimo, de forma a garantir a viabilização de todos os projectos em curso.

Depois disso, a situação financeira da autarquia ficou muito mais complicada, quando o gestor madeirense do FEOGA desaprovou o financiamento de mais de dois milhões de euros de um caminho municipal e obrigou à devolução do montante em causa. A Câmara Municipal ainda não resolveu a situação, mas já disse que ia pedir ajuda ao Governo de Jardim. No entanto, não tem como afastar de todo a probabilidade de ter de recorrer à banca.

Se assim for, um eventual empréstimo para as obras em curso fica muito mais condicionado.

Empréstimo polémico

Quando foi anunciada a contracção do empréstimo de quatro milhões, em Setembro passado, o desagrado não surgiu apenas da oposição. Sectores do PSD manifestaram a sua discordância, mas apenas o presidente da Junta de Freguesia de Câmara de Lobos deu a cara na manifestação desse desacordo.

Arlindo Gomes lembrou que o empréstimo fazia parte do orçamento aprovado para 2008 e garantiu que se tratava de uma boa opção de gestão municipal.

O presidente da Câmara disse ainda que a autarquia era das que tinha maior capacidade de endividamento e que, só assim, seria possível concretizar uma série de projectos pendentes.

A oposição interna não gostou de saber que, em caso algum, caberá à gestão de Arlindo Gomes a amortização do dinheiro pedido, por existir um período de carência de cinco anos e Arlindo Gomes só poder concorrer a mais um mandato (quatro anos).
























Élvio Passos

Com a devida vénia DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA

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