
«Eu aprecio as pessoas de coragem», frisou o ex-presidente da República
ex-Presidente da República Mário Soares elogiou a «coragem invulgar» da ministra da Educação, considerando que a determinada altura dos protestos contra o sistema de avaliação dos professores houve «um esticar de corda» por parte dos sindicatos. «Acho que a ministra, que tem sido muito criticada, é uma pessoa que tem uma orientação e tem um sentido de responsabilidade e até uma coragem que é invulgar. E eu aprecio as pessoas de coragem», afirmou Mário Soares, em declarações aos jornalistas no Parlamento, à saída da cerimónia de entrega do Prémio Direitos Humanos, informa a agência Lusa. Questionado sobre o que pensa da contestação dos professores ao processo de avaliação de desempenho defendido pelo ministério da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, o antigo chefe de Estado recordou que sempre defendeu sindicatos fortes, mas lamentou a forma como já chegaram a intervir. «Sou um grande partidário de sindicatos fortes, livres, actuantes. Acho que não se pode desprestigiar os sindicatos que são importantíssimos à democracia, como os partidos. Mas achei que havia um esticar de corda da parte dos sindicatos numa determinada altura», referiu. Mário Soares recusou ainda a ideia de que os professores «estarem na rua» possa fazer cair a ministra, alegando que isso é o contrário da democracia: «O facto de estarem na rua não quer dizer que tenham razão e nem os Governos e os ministros se atiram abaixo, isso é o contrário da democracia, na rua». Solidariedade com Sócrates Soares manifestou, também, a sua solidariedade com o primeiro-ministro, considerando prejudicial para o país tudo que seja «atirar contra o Governo» antes de existir uma «solução alternativa». «O país está a atravessar uma crise muito grande. Mais do que fazer guerrilha política ou guerras políticas é preciso pensar que antes de atirar abaixo algo é preciso saber quais são as alternativas», afirmou, acrescentando: «O primeiro-ministro tem feito o que pode e eu sou solidário com ele, isso sou, isso não escondo que sou. Sou solidário porque acho que se ele deixasse agora de ser primeiro-ministro o país ficaria numa situação extremamente difícil por todas as razões. E há muitas». Por isso, continuou, e porque considera ser «uma pessoa responsável», recusa ir pelo caminho de «atirar contra o Governo». «Tudo o que seja atirar contra o Governo, antes de termos uma solução de substituição, acho que é prejudicial para o país, não para o Governo», insistiu.Com a devida vénia Portugal Diário
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