sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Era o que faltava













O Senhor Deputado e Advogado Tranquada Gomes, na sequência da Comissão de Inquérito solicitada pelo PS Madeira para averiguar o alcance, as fronteiras e os compromissos assumidos com o Banco Efisa e o envolvimento de Deputados e membros do governo, não gostou e protagonizou, ontem durante a discussão do orçamento, um dos momentos mais lamentáveis do parlamento, nesta sessão legislativa.
Vamos aos factos sobre esta matéria da Comissão de Inquérito: 1. O Banco Efisa foi um dos principais responsáveis por vários empréstimos à Madeira e ao Governo do PSD. O Tribunal de Contas alertou para a ausência de concursos em operações desta natureza. 2. O Banco Efisa não está instalado, de acordo com a lei, na sucursal financeira da Madeira 3. A Zarco Finance, entidade intermediária cujo dono é o Governo Regional, está instalada na Holanda num offf-Shore e tem margem de lucro estando, ao mesmo tempo, num regime fiscal competitivo 4. O Banco Efisa tem a sua sede no escritório de advogados de Tranquada e Coito Pita. Estes são os factos. É óbvio que devem ser explicados. É para isso que existe uma Comissão de inquérito pedida pelo PS M. O que se esperava do PSD? Uma aprovação definitiva da Comissão de Inquérito e, de uma vez por todas, a apresentação de todos esclarecimentos devidos. O que se esperava de Tranquada Gomes? Um deputado com muitos anos de experiência? Um advogado reconhecido, conforme refere uma nota no site da SDM que o apresenta como representante do banco Efisa e deputado? As explicações serenas e adequadas a esta matéria? O que aconteceu e vai acontecer? Nada disto. Em primeiro lugar o PSD vai votar contra a Comissão de Inquérito, ficando no ar a suspeita de forma definitiva. Em segundo lugar, Tranquada ataca o PS Madeira sem sequer dar qualquer explicação adequada para o seguinte:é verdade ou não que o banco efisa tem sede no seu escritório? É verdade ou não que a instalação do banco Efisa está ilegal? Porquê? Qual o envolvimento do escritório do Dr. Tranquada nas operações com a Madeira? Houve Tráfico de Influências? Houve promiscuidade? Os interesses dos Madeirenses foram salvaguardados? Nada disto foi explicado como seria devido. O que fez Tranquada? O que tem feito o PSD e o que faz normalmente AJJ? Ataca de forma vil e desproporcionada quem tem toda a legitimidade para averiguar o que se passou. Ataca de forma grosseira insolente, de quem não tem vergonha na cara, quem tem o dever (não apenas o direito) de esclarecer a verdade e averiguar os contornos de negócios que envolvem dinheiros públicos. Ataca querendo de uma forma absurda e, aparentemente, desesperada, inverter os papeis. Não vale a pena. Comigo não. Se o Senhor Deputado está a estranhar então o único conselho possível é para passar a se habituar. A fragilidade demonstrada (apesar dos gritos, raiva e rancor) pode não querer significar nada. Se calhar apenas uma errada e completamente enviesada análise da situação. Se calhar por pressão de quem está mais próximo e, mesmo assim, nada contribuiu para o necessário esclarecimento. Não sei, não quero saber, isso não é um problema meu. Como aliás, também não é um problema meu, qualquer manobra de índole jurídico que possa ocorrer na sequência de tudo isto. Mas, já é uma questão que me diz respeito, a ameaça violenta e a afronta estapafúrdia e reles de alguém que, claramente, perdeu a razão e a oportunidade para manter-se à tona de um assunto que merece sempre explicações e o povo exige-as e merece-as. A técnica da ameaça, já devia saber o Sr. Deputado e Advogado Tranquada Gomes, não cola comigo. Que fique certo de uma coisa: manterei a minha postura que tenho tido nesta parlamento e nunca hesitarei, doa a quem doer, em defender os interesses dos madeirenses. Mas aconselho-o a mudar a sua estratégia. Enganou-se no alvo e sobretudo demonstrou estar mal habituado. Não tolero ameaças venham de onde vierem, não admito provocações de baixo nível e personalizadas, venham de onde vierem. O Senhor deputado Tranquada Gomes faz o que quiser da sua vida e actua como quiser actuar mas, se quer aceitar um conselho, sugiro que evite o caminho que está a seguir parece-me, definitivamente, a direcção errada. Não tenho paciência para vitimização tola e de baixo nível. Lamento que não compreenda a importância de um Inquérito Parlamentar e lamento profundamente que tenha ousado a ameaça, a ofensa pessoal e a fulanização para me atacar pessoalmente. Não uso esses métodos, como V. Exa. sabe. A discussão política faz-se no plano dos argumentos e o Sr. deputado ultrapassou todos os limites. Há situações na vida de não retorno e, porventura, esta seja uma delas. Será assim caso não exista um pedido de desculpas pessoal claro e definitivo da parte do Senhor deputado. Mas, faça como quiser, os seus amigos estão ao seu lado, e no seu lado, são eles que devem aconselhá-lo e, eventualmente, acolhê-lo nos seus mais ínfimos e íntimos problemas.

Com a devida vénia Apontamentos sem nome (Carlos Pereira)

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