sábado, 15 de novembro de 2008

Director do Garajau diz que a região não vive em democracia e em Estado de Direito












O director do quinzenário Garajau, Eduardo Pedro Welsh, considerou hoje que o Estado de Direito e a democracia não são respeitadas na Madeira devido ao “incitamento à violência” por parte do presidente do respectivo Governo Regional.

O Garajau publicou na edição de sexta-feira uma foto de Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional, disfarçado de Hitler, numa crítica ao regime político existente na Região Autónoma da Madeira.

“A nossa primeira página não é uma brincadeira de carnaval mas a denúncia de uma situação que se vive na Madeira pois o incitamento à violência, pedindo a terceiros que façam justiça pelas suas próprias mãos, é crime, é espalhar o ódio, a violência, a revolta e a insurreição”, disse à Agência Lusa Eduardo Welsh.

“É uma violação ao Estado de Direito e o Estado português tem de intervir perante a gravidade da insinuação que o dr.Alberto João Jardim produziu numa inauguração, ao apelar a terceiros que tratem da vida deles (opositores) enquanto vai trabalhando”, rematou.


Para o director do Garajau, “o dr. Alberto João Jardim não se pode escudar nas suas funções de presidente e no estatuto de imunidade que o cargo lhe confere para distribuir violência a seu belo prazer, porque somos nós os que estamos expostos a ela. Isto não é brincadeira nenhuma, isto é grave”.


Apesar dos esforços, a Lusa não conseguiu contactar o gabinete da presidência do Governo Regional para um comentário às afirmações de Eduardo Welsh.


O Presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, disse, no entanto, sexta-feira não estar para aturar a “gajada” do PND-M, quando confrontado com a primeira página do quinzenário Garajau exibindo a sua figura vestida de Hitler.


O Garajau, quinzenário “sério e cruel”, publicou no espaço de toda a sua primeira página uma foto de Alberto João Jardim vestido de Hitler e com a bandeira nazi em fundo com o título “Mas, não posso estar em todo o lado e por isso peço ao povo que vá tratando deles enquanto eu vou trabalhando”.


Este quinzenário, com uma tiragem de 2.000 exemplares e que é vendido avulso pelo deputado do PND-M José Manuel Coelho, traz nesta edição um dossier sobre os acontecimentos na Assembleia Legislativa da Madeira.


“Não estou para aturar essa 'gajada', eu não falo sobre essa gente, eles querem é publicidade”, disse Alberto João Jardim ao comentar a primeira página, ao mesmo tempo que solicitava a um membro do seu gabinete para proceder à instrução de um processo-crime contra o quinzenário.
“Obviamente que vai haver processo”, finalizou ao fechar a porta de acesso ao seu gabinete de trabalho na Quinta Vigia.

EC. Lusa/fim

Com a devida vénia Agencia Lusa

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