terça-feira, 18 de novembro de 2008

Coelho diz que "diatribes" de Jardim contra si se devem à luta pela democracia na Região











O deputado único do PND-M, José Manuel Coelho, considerou hoje que “as diatribes” do presidente do Governo Regional e líder do PSD-M, Alberto João Jardim, à sua pessoa devem-se ao facto de “lutar pela democracia na Madeira”.
“O dr. Alberto João Jardim refere-se à minha pessoa porque ele está confrontado com a minha luta que é chamar a atenção do povo madeirense para um líder, tipo africano, que se quer perpetuar no poder porque a democracia na Madeira é praticamente inexistente e isto só tem paralelo com os países africanos”, disse o deputado, à Agência Lusa. Num artigo de opinião publicado hoje no Jornal da Madeira, intitulado "Ódio à Madeira", o presidente do Governo Regional comenta pela primeira vez os incidentes no parlamento regional, escrevendo que um “pobre diabo (…) resolveu exibir uma bandeira nacional-socialista na Assembleia Legislativa da Madeira”. “Foi preciso, de uma vez por todas, restaurar a normalidade de procedimentos e acertar com os deputados as medidas a assumir no futuro, de modo a que, dadas as lacunas da Constituição e das leis da República Portuguesa, que não impedem estas bandalheiras – também, mais não se lhes espera…- se voltasse ao normal funcionamento institucional”, escreve Jardim no jornal onde o Governo detém 99 por cento do capital social. “Para que tudo fosse reorganizado calmamente – continua o líder do PSD – o agente foi impedido, durante um dia, de entrar no edifício do Parlamento. Tratou-se de uma situação que configurava, em absoluto, “estado de necessidade””. A esta apreciação, o deputado José Manuel Coelho responde afirmando que “pela primeira vez, surgiu alguém que lhe fez frente, que disse que o rei ia nu”. “É claro que não gostou. Agora, barafusta, diz que as culpas são de Lisboa e diz as maiores diatribes contra a minha pessoa mas eu estou, aqui, para que haja democracia nesta terra e alternância política”, contrapõe o deputado único do PND que sublinha que “a pior forma de ditadura é a ditadura encapotada, disfarçada e mascarada de democracia”. Alberto João Jardim, porém, no seu artigo refere que “uma vez mais, logo uma pseudo-esquerda lisboeta, de opções políticas óbvias, babou a sua raiva contra o povo madeirense, as suas instituições democráticas e a sua maioria política”. “Talvez a questão mais acerrimamente bipolarizante, de confronto, que divida a sociedade portuguesa, seja a Madeira”, opina Jardim, que adianta não ser um problema para ele. “Só nos interrogamos porque é que, de uma vez por todas, se os incomodamos tanto, não querem se ver livre de nós?”, escreve. Referindo-se a Portugal com o advérbio de lugar “lá”, João Jardim critica: “lá, ninguém procurou antes saber quem era o tipo que provoca as zaragatas, porquê se diz comunista, onde foi militante, confessa votar socialista e é deputado do partido do Manuel Monteiro”. “Ninguém procurou saber a razão pela qual o partido de Monteiro e o estrato social madeirense que o sustenta, usa o exotismo da criatura em questão, mormente procurando desprestigiar a Assembleia Legislativa da Madeira, órgão primeiro da autonomia”, acrescenta. E continua - “ninguém procurou averiguar donde veio a bandeira nacional-socialista, quem a tinha para fornecer, e porquê”, nem “saber os insultos e palhaçadas quotidianas, com que se vai pretendendo ofender os autonomistas sociais-democratas madeirenses, ante a inutilidade ou vazio das leis e órgãos da República Portuguesa”. Escreve ainda que “lá” também ninguém se preocupou “com a passividade da República, ante a discriminação negativa que os socialistas vão abatendo sobre o povo madeirense, numa vergonhosa instrumentalização partidária do Estado”. “Mas preocupam-se com um tipo destes!...”, termina, vaticinando: “vejamos o que acontecerá em Lisboa, quando situações idênticas, talvez mais próximas do que longe, um dia se verificarem”.

EC. Lusa/fim

Com a devida vénia Agencia Lusa



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