quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Roberto Vieira mostra como Isidoro ganhou com o MPT deputado do MPT mostra recibos de assessorias que chegam a 7 mil euros num mês.


Num ano e meio, João Isidoro terá recebido 30.050 euros para fins de “assessoria ao grupo parlamentar” do MPT na Assembleia Regional, pelo que “beneficiou muito” com a sua militância no partido. A garantia é dada pelo actual deputado do MPT, Roberto Vieira, que detectou várias inverdades no artigo de opinião que Isidoro publicou na edição do DIÁRIO de sexta-feira.
No referido artigo, intitulado “Porque saí do MPT”, Isidoro queixou-se de ter perdido “no mínimo 100 mil euros” ao ter optado por renunciar ao mandato de deputado e ter cedido o lugar a outros companheiros do partido. Ora Roberto Vieira desmente esta situação de perda e assegura que Isidoro renunciou ao mandato porque queria garantir uma subvenção/reforma vitalícia do parlamento mas continuou a receber verbas elevadas por parte do partido. Para provar aquilo que diz, o deputado do MPT apresenta cópias de mais de duas dezenas de recibos verdes passados pelo “Isidoro assessor” e pagos pelo Isidoro dirigente partidário” entre Julho de 2009 e Março de 2011. Na maioria dos casos, o antigo deputado recebia 1.000 euros por mês, mas houve meses em que recebia muito mais. Por exemplo, a 25 de Junho de 2009 recebeu 7.000 euros.
Segundo Roberto Vieira, até Fevereiro de 2014 a gestão financeira do partido era controlada por Isidoro e deixava muito a desejar. Os “gastos exagerados” em restaurantes eram um dos pontos mais censuráveis. O actual deputado assume que ele próprio tinha uma verba para gastar e que eram feitas doações a clubes desportivos, mas que a ‘fatia de leão’ estava por conta de João Isidoro e pelo seu “grupinho”.
Outro aspecto do artigo de opinião contestado por Roberto Vieira é a questão da sua recusa em deixar o cargo de deputado. Isidoro alegou que o parlamentar não cumpriu o acordo de rotatividade, que o obrigava a ceder o lugar ao nome seguinte da lista, Jaime Silva. Em sua defesa, Roberto Vieira mostrou ao DIÁRIO a mensagem de telemóvel que enviou no final de 2013 àquele que seria o seu substituto, a ceder o lugar de deputado, através da suspensão do mandato. Na mensagem de resposta, Jaime Silva disse que só aceita o lugar na condição do deputado renunciar definitivamente ao mandato. Ora Roberto Vieira recusa renunciar ao mandato e lembra que o ex-líder do MPT, João Isidoro, deixou o cargo de vereador em Câmara de Lobos também através da suspensão do mandato e não da renúncia.

Grupo de Isidoro segue para NOVO partido
Roberto Vieira rebate as razões invocadas por João Isidoro para deixar o MPT e afirma que “esta saída já estava planeada desde que o dr. Marinho Pinto anunciou que ia formar um novo partido”. Na análise do deputado, Isidoro pretende apenas aproveitar a onda favorável do bom resultado alcançado nas eleições europeias pelo antigo bastonário da Ordem dos Advogados. “Neste momento, o João Isidoro está empenhado num processo organizado de esvaziamento do partido. Primeiro houve duas saídas e tudo indica que se preparam mais saídas caso no Congresso Nacional do próximo sábado, em Lisboa, haja indicações para que seja eu a liderar o MPT na Madeira”, prevê Roberto Vieira, que observa o mesmo quadro de atitudes de quando Isidoro e o seu grupo abandonaram o PS e passaram-se para o MPT. “Agora está a denegrir o partido que deixou e aqueles que ficam no partido e procura apenas garantir o seu próprio benefício”, adianta o deputado, que anuncia que irá contactar todos os que abandonarem o MPT e que os que o aceitarem escutar vão saber as razões dos desentendimentos no partido.
Por fim, Roberto Vieira reconhece que alguns sinais dos problemas que agora denuncia já vinham do passado e tinham merecido alertas de outros dirigentes. A este respeito, assume que Ismael Fernandes tinha razão nas críticas que fez quando abandonou o MPT em rota de colisão com João Isidoro.

Fonte : DN Madeira

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